É mexicano, mas tem ascendência asiática, africana, nativo-americana e do Sul, do Este e do Norte da Europa. Manuel Martínez foi o grande vencedor da campanha “The DNA Journey”, lançada pelo Momondo em Abril, e agora vai viajar gratuitamente por todos os países de origem encontrados no seu ADN - incluindo uma pequena vila portuguesa, com pouco mais de 3000 habitantes.
“Depois de ter enviado o meu teste de ADN, comecei a perguntar à minha família sobre as minhas origens e descobri que a minha ascendência é bem mais diversificada do que alguma vez pensei. Os avós do meu pai vieram de uma pequena cidade no Norte de Itália e a minha mãe partilha o nome do meio com uma pequena vila em Portugal”, conta Martínez em comunicado. A vila chama-se Pereira, fica no concelho de Montemor-o-Velho e é uma das paragens obrigatórias no roteiro. “Seria muito interessante começar a minha viagem por esses dois locais [em Itália e em Portugal], para conhecer melhor as suas culturas e descobrir como os locais vivem actualmente”, acrescenta.
Em Abril, o site de pesquisa de voos e hotéis iniciou uma campanha publicitária a nível internacional, tendo por base os resultados de testes de ADN. A ideia era mostrar que “todas as pessoas têm diferentes origens na sua ascendência” e que as viagens nos tornam “indivíduos mais tolerantes e receptivos”. O vídeo da campanha tornou-se viral nas redes sociais, com “mais de 170 milhões de visualizações”. Milhares de pessoas participaram no concurso que se seguiu: fazer um teste de ADN e habilitar-se a ganhar uma viagem aos países de onde tinham ascendência.
No final, a reacção emotiva de Manuel Martínez ao resultado do teste valeu-lhe o prémio máximo. O segundo lugar, no valor de 1000 euros, foi atribuído ex aequo a 17 “vencedores locais”. João Narciso foi o vencedor português. “Tinha uma certa esperança de ter origem noutros países, apesar de os meus pais dizerem com toda a certeza que era 110% lusitano”, conta à Fugas. Os resultados do teste de ADN confirmaram ter ascendência da Península Ibérica, mas 45% era italiana/grega, além de ter antepassados oriundos da “Grã-Bretanha, do Norte de África, da Escandinávia, da Irlanda, da Europa Ocidental e de Leste”.
É uma “prova incrível de que não existem etnias puras no mundo de hoje”, defende o estudante de 20 anos. “Os resultados vieram tornar claro que não sou exclusivamente de Portugal, mas sim do mundo, tal como todas as pessoas que me rodeiam. Algures no passado, temos todos familiares de partes do mundo que nem imaginávamos.”
Natural de Santarém, João vive desde Setembro em Farnham, no Reino Unido, onde estuda comunicação gráfica. O plano para viajar o prémio ainda não está “muito bem definido” mas quer “visitar o máximo de países” possível. Na calha estão “Marrocos, Egipto, Turquia, Grécia, Holanda, Escandinávia”. “A ideia é tentar absorver o máximo de culturas e perceber de que forma me relacciono com a cultura dos países onde tenho raízes.”
