De olhos bem abertos. Se não, vejamos: corços, garranos, morcegos e até uma raposa nos escaparam. Se os primeiros foi por termos seguido outro caminho (os garranos acabaremos por ver noutra altura), já os morcegos surgiram várias vezes, e a raposa, pequenina, apareceu, também à noite, junto da estrada, enquanto olhávamos para palavras escritas numa parede.
Parece que andámos de olhos bem fechados — não nos culpem, afinal estamos no concelho de Melgaço, em território do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) e, entre o património natural e o construído, o deslumbramento é constante. Não temos visão para tudo o que cruza o horizonte, seja ele largo em montes que se repetem, seja mais fechado em vales profundos ou na floresta de vidoeiros que nos faz sentir num conto povoado de fadas, duendes ou os locais arganões — poderia até ser a mulher castreja a aparecer, mas não consta que sobrem muitas (excepto no restaurante onde a “conhecemos” em forma de boneca). Ninguém vê lobos, contudo eles andam por aí: Sylvie Amorin, guia na Vertigem Trilhos, já lhes perdeu a conta — “quando nós os vemos, eles já nos viram há muito tempo”.
Apenas levantamos o véu, porém já é fácil perceber por que é que Melgaço decidiu organizar a “Pegada Zero – I Jornadas de Turismo de Natureza”, com quartel-general na Porta de Lamas de Mouro, uma das cinco que dão “acesso” (com informação e recreio) ao PNPG: o concelho mais setentrional do país é uma região bonita por natureza. Por isso, a natureza é, finalmente, chamada ao palco principal, como um motor incontornável de Melgaço que nestes dias se deu a descobrir a quem viesse por bem: se os dois primeiros dias foram reservados, os dois últimos abriram-se ao público, para mostrar a simbiose rara entre natureza protegida e populações que fazem desta zona integrada na Reserva Mundial da Biosfera um caso singular em Portugal.
Nós percorremos estes caminhos serranos vestidos de Outono nos dois primeiros dias e não tivemos oportunidade de participar nos vários workshops ou na primitive race, por exemplo; tão-pouco praticámos arborismo, BTT, escalada, slide ou tivemos baptismo hípico (mas conhecemos a Faísca, a égua do Parque de Campismo de Lamas de Mouro). No entanto, não nos faltou que fazer: a adrenalina andou à solta e o paladar andou em alta — escapou apenas o relaxamento, contudo as Termas de Melgaço já terminaram a temporada.
Rafting, depois canyoning
Mas foi aí que deixámos a primeira “pegada” em Melgaço. E, depois de termos visto o renovado balneário, não nos importaríamos de aí termos terminado — chegámos três semanas atrasados, quando as folhas já cobrem de nostalgia o chão do parque que até parece abandonado, como uma continuação das ruínas majestosas que vemos mais acima, do antigo Hotel do Peso. Se o pavilhão da Fonte Principal (de água carbogasosa, bicarbonatada) impressiona pela elegância da sua arquitectura de ferro e influências Arte Nova (o interior é quase cinematográfico: amplo, com grandes escadarias, janelões enormes), o do balneário, agora um “spa médico” (aberto em 2013), tem a cara de família das estâncias termais do início do século XX, com a sua longa fachada neo-classicista, acrescida de um prolongamento moderno, na zona da piscina dinâmica.
É aqui que se realizam os tratamentos termais individuais (as águas de Melgaço são indicadas para o aparelho digestivo e respiratório, para doenças metabólico-endócrinas e reumáticas e músculo-esqueléticas e aplicam-se em banhos, duches, vapores, duches-massagens e técnicas respiratórias, por exemplo) e que funcionam o spa, as actividades de lazer e a estética.
Esperam-nos outras águas, activas e naturais. O rafting no rio Minho foi a primeira actividade de natureza a arrancar em Melgaço, há 25 anos, e é indicado, dizem-nos os guias da WhiteWater, para famílias, “dos avós aos netos” — com a vantagem de poder ser usufruído durante todo o ano. Tudo começa no Centro de Estágios de Melgaço, um complexo desportivo e de lazer (tanto estagiam aqui equipas profissionais, de futebol, sobretudo, como um visitante de passagem pode comprar ingresso e usufruir dos equipamentos de lazer) onde nos equipamos, antes de sermos transportados até à Quinta do Louridal. Uma pequena praia, dois raftings e o briefing para evitar banhos indesejados — mas estes fazem parte, certo?
Não é preciso muito: quando nos levantamos para experimentar a posição ao leme, atiram-nos à água fria. Entranha-se e por isso, mais à frente, quando o rio novamente acalma, todo o barco (menos o “timoneiro”) se lança à agua, agora com pose para as fotografias. Entretanto, já rodeámos afloramentos rochosos, passámos troços nervosos de redemoinhos, outros mais vorazes de rápidos (nunca demasiado rápidos). Já falámos do sável, truta, savelha, salmão, lampreia (aqui melhor do que na foz, porque o esforço que fazem para subir o rio enrijece a carne, tornando-a mais saborosa) e observámos uma garça real a sobrevoar o rio. E já olhámos de frente para as pesqueiras, que surgem regularmente numa irregularidade de tipologias, uma das peculiaridades do rio Minho — e alguns dos seus obstáculos (por vezes trampolins) no rafting.
Fazem parte da história e destas paisagens há muitos séculos: muros feitos de pedras de granito que entram pelo rio e servem para a pesca à rede pelas artes do botirão e da cabaceira. São obstáculos artificiais que obrigavam à concentração de espécies, sobretudo as migratórias, que aqui eram apanhadas. Ainda hoje, contam-nos, além da pesca desportiva, servem para complementar rendimentos dos seus proprietários (têm uma espécie de uso comunitário), embora tenham perdido a preponderância e muitas das que vimos estarem em ruínas ou quase (na proposta de alteração ao regulamento de pesca no Minho internacional, 35 quilómetros navegáveis, está prevista a sua recuperação); outras mantêm a imponência.
Já a aproximarmo-nos do final, à vista da ponte internacional de Melgaço, o aviso,
- Remem com força!
- É aqui que os barcos costumam virar.
Para o bem ou para o mal, nenhum vira. Acostamos no Posto de São Marcos, um “antigo local de travessia em batela (barco de madeira) entre Portugal e Espanha desactivado depois da construção da ponte”, contam-nos. Estamos em Espanha — porém, aqui as fronteiras agora são pontes.
Menos de 24 horas depois, voltamos à água, noutro cenário. E outras dúvidas: o que conhecíamos do canyoning parecia-nos assustador. As dúvidas transformaram-se em medo quando chegamos, com mais quatro companheiros, ao ponto de início do percurso, já depois de nos termos equipado no Parque de Campismo de Lamas de Mouro (agora sem campistas mas com os quatro bungalows que possui reservados todos os fins-de-semana até ao final do ano — em 2018 terá também yurts, tipis e até tendas nas árvores): uma ponte sobre o rio Laboreiro, que aqui é quase um riacho abrindo passagem entre rochas. Nós temos de chegar lá baixo — 10 metros de rappel suspenso. Já referimos que nunca fizemos rappel?
No site Montes de Laboreiro, os organizadores, este canyoning é designado como “water canyoning”, percurso de dificuldade média para quem seja neófito, aconselhado apenas a quem já tenha experiência ou conheça técnicas de alpinismo. Pois, um não redondo a tudo e, ainda assim, é sexta-feira de manhã e não há volta a dar (ou melhor, sabemos que haverá — estão asseguradas escapadas por terra).
Primeiro as indicações e a ansiedade a tomar conta de nós. Desce o N., a M. e lá vamos nós, primeiro caminhando no muro da ponte, depois pendurados, só com a corda a correr-nos na mão enquanto, lentamente, vencemos o desnível — e a certeza de que se algo correr mal alguém lá em baixo providenciará para que não caiamos no vazio. Mesmo assim, ainda é com as pernas trémulas que metemos os pés a caminho, ou seja, na água, para o próximo troço.
O maior perigo agora é escorregarmos, por isso devemos procurar os musgos escuros que cobrem as rochas do fundo do leito e apoiarmos as mãos onde pudermos. Uma curva depois e já só rocha nos rodeia, a vegetação fica mais para cima — estamos na garganta, no canyon. Ainda periclitantes nos passos na água e novo desafio: um salto de uma cascata, seis metros de queda (a nós parecem-nos muitos mais) para um lago encaixado nos penedos.
- Braços junto ao corpo e na entrada podem tocar no fundo, mas será levemente.
Muita hesitação, algumas desistências, atiramo-nos e tocamos realmente no fundo. Caminhar, nadar, mini-escorrega e junta-se novamente todo o grupo para novo desafio “impossível”. Uma queda-de-água numa caverna e mais rappel. Ainda não completámos a descida e já sentimos o peso da água que cai sem complacência no capacete. Mas o consenso que aqui se estabelece manter-se-á até ao final:
- Fantástico,
- Foi a melhor parte.
Novo rappel. Quatro metros apenas, metade em rocha, metade suspenso, quando a pedra se faz côncava. Nadamos e flutuamos, mas o frio ganha e trepamos até uma rocha que o sol aquece. Daqui vemos o desafio final: um salto, com duas opções, seis e quatro metros, mas um pormenor desencorajador — é necessário correr nas rochas para ganhar balanço porque aqui os penedos são convexos.
- Não pode haver hesitações.
A nossa hesitação (e o frio) levam a melhor e nem esboçamos tentativa. Observamos dois companheiros a fazê-lo, de ambos os pontos. O percurso continua, com mais dois obstáculos, mas a experiência preparada para o grupo termina aqui.
Do rio à serra
É o Trilho das Pesqueiras e não tem qualquer dificuldade. Começamos nos arredores de Melgaço e acompanhamos um ribeiro saltitante onde se avistam antigos moinhos — nós caminhamos numa encosta densamente arborizada, onde o musgo é papel de parede dos troncos e o chão já é um tapete de folhas. Vamos em direcção ao rio Minho e é quando o “encontramos” (estamos muitos metros acima do seu nível) que o nosso caminho se transforma em passadiço: 1,5 quilómetros sem qualquer dificuldade, todos eles disponibilidade para desfrutar da paisagem, ora com vista para o rio, ora envolvidos pela floresta.
Diferente, até porque seria de todo-o-terreno, era o passeio programado para o Planalto de Castro Laboreiro, onde dólmenes e antas testemunham o culto da morte nesta vasta necrópole megalítica. Planos alterados e é a serra da Peneda que percorremos, com Pedro Barbosa, da Câmara Municipal de Melgaço, como guia. Partimos de Castro Laboreiro, raízes celtas e espírito comunitário ainda vivo, para percorrermos a estrada limítrofe do PNPG, contornando a serra da Peneda até Branda de Aveleira. As eólicas são omnipresentes nos topos das encostas exteriores ao parque, quase moinhos quixotescos nesta paisagem agreste,
- e as cachenas
(o maior bovino autóctone da península), ou “cabreiras” porque
- são como as cabras, penduram-se em qualquer lado,
vão-se cruzando no nosso caminho, às vezes marcando o passo. É assim que fazemos a última curva antes de avistarmos a Branda da Aveleira. É de um miradouro, junto à capela de Nossa Senhora da Guia (construção que parece saída do Portugal dos Pequenitos) e por onde passa o Trilho do Brandeiro, que vemos encaixada no vale a “aldeia de Verão” que os pastores construíram para aqui continuarem a alimentar os animais com pasto fresco, quando nas terras baixas (as inverneiras) os pastos já estavam exaustos. Agora, as construções rústicas de granito estão transformadas em alojamentos e a Branda de Aveleira é aldeia turística, entre montes cobertos de pedra ou de vegetação rasteira agora pintada de amarelos, lilases, verdes pardos.
O miradouro de Tibo é paragem obrigatória nestas latitudes. O cenário é deslumbrante, vertiginoso, uma mistura entre o natural e o humano, mas perdemos as coordenadas geográficas
- Branda Bouça dos Homens, a de São Bento do Cando, a da Junqueira, as aldeias da Peneda, Gavieira, Beleiral, Roussas, serras do Soajo, Laboreiro e Amarela, o rio Lima e a Barragem do Lindoso,
que temos a certeza ficam a Oeste. Como a serra da Peneda.
Peneda (em Gavieira, Arcos de Valdevez) deu o nome ao lugar, ao rio e ao santuário que aí se encontra, de Nossa Senhora da Peneda. Chegamos ao cair da noite, as luzes já a acenderem-se e o silêncio diante da igreja só é cortado pelo borbulhar de águas que não chegaremos a ver: é a cascata da Peneda que se despenha de uma altura de 30 metros por detrás do hotel, antigo dormitório dos peregrinos. A igreja situa-se no cimo de um enorme escadório duplo e foi construída entre 1854 e 1875; o culto, esse, vem desde o século XIII e envolve uma aparição, uma pastorinha e uma cura milagrosa. O santuário prossegue para além do largo arborizado onde estamos, desce numa escadaria ladeada de 20 capelas (uma oferecida pelo negus da Abissínia) que descrevem a vida de Cristo e termina num largo onde está um pilar oferecido pela rainha D. Maria I.
E a enquadrar o conjunto, uma enorme fraga (com vias de escalada) tutela tudo, uma presença quase ameaçadora neste princípio de noite. É o Penedo da Meadinha — nova lenda envolvendo a Nossa Senhora. Não sabemos se é a noite já instalada ou o que é, mas parece haver uma mística especial neste local.
Alvarinho e porco bísaro
Não há viagem a Melgaço que não inclua Alvarinho. E nesse sector há paragens incontornáveis — primeiro o Solar do Vinho Alvarinho, em pleno centro histórico de Melgaço, edifício de granito no interior granítico das muralhas da vila. É nestas ruas labirínticas, à boa maneira medieval, que encontramos o que é conhecido como Edifício dos Três Arcos. É larga a sua história: foi cadeia, tribunal, escola primária, paços do concelho, biblioteca — há 18 anos é a montra para o vinho Alvarinho de Melgaço (e outros produtos regionais: fumeiros, queijos, mel compotas, licores). Estão aqui representadas quase todas as marcas de Melgaço, 25 de 27, e há provas gratuitas (para quem quiser saborear, mais do que provar, há também um bar).
Contudo, não há melhor do que embarcar na Rota dos Vinhos Verdes e da Rota do Vinho Alvarinho. Fazêmo-lo na Quinta do Soalheiro, um dos ex-líbris da produção de Alvarinho em Melgaço, ou não tivesse sido a primeira marca produzida aqui (1982). E é um negócio de família: João António Cerdeira deu o passo inicial e hoje são os filhos, Luís e Maria João, que seguem o caminho, que passa pelo enoturismo para dar a conhecer os seus produtos e o território especial (o vale do Minho, rodeado de cadeias montanhosas que protegem da influência atlântica e criam um microclima especial) onde se produz este vinho verde de características únicas. A importância dada ao território é, aliás, traduzida nas próprias garrafas de Soalheiro, onde este ganhou predominância — questão não de somenos, sobretudo numa altura em que a sub-região de Monção e Melgaço está prestes a perder (em 2021) o exclusivo da produção de vinho Alvarinho, que se estenderá a toda a região dos vinhos verdes.
É Luís quem nos recebe para uma visita guiada à adega com provas e explicações das propriedades organolépticas à mistura — estamos atrasados, a improvisação é a palavra de ordem. Copo na mão, avançamos pelos vários espaços onde os estágios dos vinhos são feitos em barrica (de carvalho), inox e “ovo” (cubas ovais, que permitem a redução natural das borras finas, mantendo um vinho encorpado). São vários os vinhos em prova, incluindo um Reserva 2015,
- Ano excepcional, perfeito,
que será engarrafado na semana seguinte e está a chegar ao mercado com
- maior complexidade de aroma, num vinho mais gordo que se afasta do Soalheiro Clássico.
Temos também o privilégio de sermos dos primeiros a provar a colheita de 2016,
- à partida também perfeita.
Está turva, aroma tropical intenso.
Saímos para um terraço com vista para os montes galegos, cristas de eólicas, colinas negras dos incêndios deste Verão. Mais perto de nós, alguns dos vinhedos Soalheiro que se estendem até à Quinta da Folga, o outro “braço” do enoturismo da família, a nossa próxima paragem. Aqui é um banquete em torno do porco bísaro que nos espera, juntamente com harmonizações de vinhos. Perdoem-nos se as harmonizações se perderam no vaivém de comida e vinhos que nos servem, mas ficam as referências. Pelo prato passam-nos salpicão, presunto, chouriço de sangue, alheira, costelinhas, lombo e cachaço — tudo de porco bísaro aqui criado ao ar livre, numa recuperação da tradição local; passam ainda queijos de cabra e fresco (numa salada com agriões, cultivados aqui), que são produtos de parceiros; sobremesas regionais. Nos copos, todos diferentes para exponenciar as propriedades de cada vinho, sucedem-se Primeiras Vinhas, Terramatter (de produção biológica), Clássico (Alvarinho Soalheiro), espumante rosé (mistura com Touriga Nacional),
- Não falamos só de Alvarinho, mas de território,
e 9%, nome que corresponde mesmo ao álcool que possui, ideal para sobremesas e finais de tarde.
GUIA PRÁTICO
Como ir
De Lisboa e do Porto: seguir a A1, prosseguir pela A3 até Valença e daí tomar a N202 para Melgaço. Daí, seguir a N202 e N202-3 em direcção a Castro Laboreiro.
Onde dormir
Hotel Castrum Villae
Castro Laboreiro
Tel.: 251 460 010
Email: geral@hotelcastrumvillae.pt
www.hotelcastrumvillae.pt
Onde comer
Quinta da Folga
Lugar de Folga - Alvaredo
Melgaço
Tel.: 967 076 079
Email : quintadefolga@quintadefolga.com
www.quintadefolga.com
Para grupos, mediante reserva.
Miradouro do Castelo
Castro Laboreiro
Tel.: 251 465 469
Email: restaurante@miradourodocastelo.com
www.miradourodocastelo.com
Especialidades: cabrito e bacalhau com broa.
Miracastro
Castro Laboreiro
Tel.: 251 460 020
Email: geral@hotelmiracastro.com
www.hotelmiracastro.com
Especialidades: cabrito e bacalhau com broa)
O Brandeiro
Branda da Aveleira
Melgaço
Tel.: 933 894 259
Especialidades: cachena, cabrito, porco bísaro
Empresas de animação turística
Melgaço WhiteWater
Tel.: 933 459 751
Email: geral@melgacoww.pt
www.melgacoww.pt
Montes de Laboreiro
Tel.: 251 466 041
Email: geral@montesdelaboreiro.pt
www.montesdelaboreiro.pt
Vertigem – Trilhos
Tel.: 251 466 037
Email: vertigemtrilhos@gmail.com
Facebook: Vertigem-Trilhos
O que visitar
Museu do Cinema
Espaço Memória e Fronteira
Castelo de Castro de Laboreiro
A Fugas viajou a convite da Câmara Municipal de Melgaço