Além da reconversão do troço de carris em corredor para bicicletas, a iniciativa prevê ainda a reabilitação de antigas estações e apeadeiros (edifícios que servirão de apoio à ecopista), além de pontes ferroviárias e da iluminação de túneis. Há mais de 20 anos que não circulam comboios neste troço da Linha do Tua, o primeiro a encerrar, no início da década de 1990.
A autarquia de Bragança foi a primeira a intervencionar na antiga via ferroviária, dando início esta quarta-feira aos trabalhos de “limpeza, desmatação, regularização de valetas e taludes, drenagens e nivelamento com aplicação de material”, enumera em comunicado.
No início do mês, os três municípios chegaram a acordo com a Infraestruturas de Portugal (IP), empresa proprietária do equipamento, e esperam oficializar o protocolo de concessão ainda este mês. Cada município terá a cargo os trabalhos realizados na respectiva área territorial, embora integrados numa estratégia comum, que inclui candidaturas a fundos comunitários, num valor inicial estimado de três milhões de euros.
"Esta antiga linha é um recurso endógeno que está claramente desaproveitado e apresenta uma importância significativa para a identidade transmontana", defende o município de Bragança.
A antiga linha do Tua tinha 134 quilómetros de extensão, ligando Bragança ao Tua. Os últimos 20 quilómetros da ferrovia ficaram entretanto parcialmente submersos pela barragem de Foz Tua que, seis anos depois do arranque do projecto, deverá estar concluída e a produzir energia em Agosto deste ano. Sobra ainda um troço entre Brunheda e Mirandela, para o qual está anunciado o regresso do comboio este Verão, no âmbito do plano de mobilidade turística e quotidiana criado como contrapartida pela construção da hidroeléctrica.
A nova ecopista deverá ocupar os restantes 70 quilómetros, aproximadamente, ligando a Terra Quente e a Terra Fria transmontanas, com passagem por alguns dos locais mais emblemáticos da região, nomeadamente o Azibo, no concelho de Macedo de Cavaleiros.