Fugas - Viagens

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E se lhes pudéssemos dar o mundo num campo de férias?

Por Luísa Pinto

As crianças estão sem aulas - e isso pode ser um problema. Para quem tem bolsa, os campos de férias internacionais são uma opção a considerar.

Quem não tem filhos em idade escolar e tem livres mais do que 22 dias úteis por ano que atire a primeira pedra; caso contrário, será fácil concordar que as férias de Verão dos miúdos trazem grandes dores de cabeça aos pais.

Não falemos, para já, das dores de carteira, que é sempre ela, a ditadora, que acaba por condicionar os sonhos de todos, pais e filhos. Falemos, para já, das muitas opções que há adequadas a quase todos os gostos e vontades. E bolsas (Já estamos outra vez a falar nisso?! Chiuu!)

As opções dividem-se entre arranjar propostas e alternativas que os façam vir dormir a casa todos os dias — e mantê-los ocupados, nos horários solares, com actividades físicas ou mentais, mais ou menos pedagógicas ou lúdicas, sociológicas ou culturais — ou então, pelo contrário, não só deixá-los dormir fora de casa como os mandar, um mês inteiro, possivelmente para o outro lado do mundo. É isso que pode fazer o CISV, acrónimo para Children International Summer Village, campos de férias internacionais para crianças, claro está.

A ideia não é  (só) tirá-los de casa, é antes oferecer-lhes o mundo e uma possibilidade de conhecerem crianças de outras culturas, “respeitar as suas diferenças e reconhecer as suas semelhanças”. A ideia foi da psicóloga Doris Allen, já no longínquo ano de 1948, no rescaldo da Segunda Guerra Mundial. Ela achava — e bem, parece-nos — que a paz não se impõe aos adultos, mas ensina-se em criança.

O programa Village é o mais antigo de todos e com o qual o CISV iniciou a sua actividade. Destina-se a crianças a partir dos 11 anos, que integrarão uma delegação de quatro crianças por país para frequentar, durante quatro semanas, uma aldeia que será uma espécie de minimundo, e onde estarão delegações de outros dez a 12 países. Sem gadgets, sem telemóveis, longe dos pais. Parece assustador? Perguntámos a três “Císvicos” — é assim que acabam por ser chamados os participantes nestas actividades, que se dividem em seis programas, consoante as faixas etárias — o que tinham achado, e a resposta foi sempre superlativa: “o melhor Verão”, “a melhor experiência”, “as melhores férias”.

As crianças vão crescendo para a diversidade e para a tolerância — com a vantagem de que os pais podem envolver-se até ao tutano (só não podem ir na mala dos filhos, mesmo que tenham muita vontade) e de os preparativos durarem o ano todo (perfeito para aqueles pais que, como nós, acham que o planeamento faz já parte da viagem). A mini-aldeia tanto pode ser num país europeu, como do outro lado do Atlântico, ou do mundo. Este ano, e só para o primeiro nível, há aldeias no Brasil, no Canadá, no Equador, nas Ilhas Feroé, no México, nos Estados Unidos e na Noruega.

As actividades são as mais variadas, mas há uma que se repete todos os anos: cada delegação terá de organziar a noite nacional, pensar no prato que vai oferecer aos restantes membros e saber quanto é que custa prepará-lo. Por falar em preço, vamos à dolorosa bolsa: os preços variam consoante os destinos, mas é difícil encontrar programas abaixo dos 1500 euros.

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