É lá que se encontra sentado Mário Rocha, que decidiu fazer uma pausa pelo caminho e aproveitar para apreciar a paisagem que está à sua volta. Já passou várias vezes por ali, mas desta vez decidiu pegar na bicicleta que tem em casa e partir na aventura de dar a volta completa ao local. “Acho que está porreiro, é bom para as pessoas virem conhecer isto”, diz, enquanto vê chegar mais dois companheiros, também eles de bicicleta, para dar dois dedos de conversa. Mário foi passando pelo local até os passadiços estarem prontos, mas foi na fábrica onde trabalha que soube que já poderia ir conhecer ao detalhe esta zona lagunar com um ecossistema muito rico. Da próxima vez que lá for, conta, vai trazer o filho. Mas, antes, espera ver mais zonas de descanso, até porque, “parecendo que não, o caminho ainda é longo e para os mais velhos começa a custar”.
Fazer este percurso não escolhe idades nem tem um tipo de visitantes específico. Aqui vêm famílias, casais, amigos ou amantes de desporto e natureza. A ponte sobre a lagoa, que liga o município de Ovar ao município de Espinho, é o local que chama mais à atenção e reúne o maior número de pessoas. Por todo o lado apanhamos conversas sobre a construção, sobre o que já viram e o que falta ver, comprovando que para muitos é a primeira vez que conhecem a barrinha de tão perto. Alguns vêm de câmara fotográfica ao pescoço para captar a beleza do espaço, mas há quem seja ainda mais curioso e traga consigo binóculos para observar as aves que por ali passam, junto à praia, e que com os passadiços têm outra perspectiva.
Junto ao cais, há actividades para conhecer a barrinha de Esmoriz na água. É o caso do stand up paddle, ou remo em pé, que proporciona um passeio nas águas tranquilas, no meio da natureza e que só é possível percorrer pelas águas da barrinha. Para admirar as aves e a flora de mais perto, há também um observatório de avifauna mais à frente, numa pequena casa de madeira.
Ao longo dos passadiços, há múltiplas saídas que permitem aos visitantes seguir caminho ou terminar o percurso. Num único passeio é possível descobrir muitos segredos da barrinha, mas serão precisos mais para decorar o caminho que veio devolver a lagoa à população de Esmoriz.
Texto editado por Sandra Silva Costa