Falta a máquina
Sobre a notoriedade do Moscatel de Setúbal e o lugar à mesa dos portugueses, quando comparado com os outros generosos, há uma não discussão: "O Porto primeiro. É o rei! Por tudo e mais alguma coisa." "Entre o Madeira e o Moscatel, o Moscatel é um ilustre desconhecido. Mas não entramos em guerras. Temos provas dadas e potencial.
Agora desenvolver esse potencial é outra coisa. Por exemplo, o Moscatel do Douro tem uma máquina muito grande, de marketing, estratégia e produção. Mas prefiro o Moscatel de Setúbal ao do Douro, que é mais aromático. As uvas são irmãs, mas não são a mesma coisa", acrescenta Joana Vida.
Vão-se tornando notadas as tentativas de projecção para o exterior, mais para o Norte da Europa e o Brasil, por influência de portugueses. Mas os ingleses não estão muito interessados, optando mais pelo Porto, por todas as razões historicamente conhecidas, e pelo Madeira. "Mas têm andado aqui a namorar a região", ri-se Joana, concedendo que a sua casa ainda não ganhou nada com isso. Mesmo assim, a situação económica é estável, com volume de negócios a rondar os 2,5 milhões de euros e 40 funcionários.
"Há desconhecimento, mesmo em alguns dos mais velhos visitantes desta casa, sobre o que distingue o Moscatel do restante vinho", avalia Joana Vida, que frequentemente acolhe outro tipo de amantes da casta Moscatel. Surgem inesperada e isoladamente. Querem saber mais e provam.