Vintage 1840
Mais seco e menos volumoso do que o Vintage 1847. Parece guardar o Douro na garrafa, com evocações de frutos secos tanto no aroma como no palato. Parece um vinho ligeiro, mas engana, porque a complexidade está lá.
Vintage 1834
Este foi o ano em que Dona Antónia casou com António Bernardo Ferreira. É o mais tawny de todos, como muitas sugestões de iodo e frutos secos e algum vinagrinhopiquinho de acidez volátil que dá vivacidade aos vinhos velhos. Final muito longo.
Vintage 1830
Glorioso. O mais seco dos seis. Num exercício "à José Hermano Saraiva", Luís Sottomaior, o responsável enológico pelos vinhos do Douro e Porto da Sogrape, suspeita que este vinho tenha levado uma boa quantidade de uvas brancas, dada a sua excelente acidez. O aroma, efusivo, é muito marcado pelos frutos secos. Na boca, é bastante seco e apimentado. Um vinho que parece eterno.
Vintage 1815
O mais antigo vinho do Porto existente nas caves da Ferreira. Dentro de quatro anos, terá dois séculos de vida. Mesmo para um vinho do Porto, é uma idade formidável. E o melhor é que ainda tem muita vida pela frente. Dona Antónia tinha apenas quatro anos quando o vinho foi produzido pela família Ferreira. Herdou e guardou-o para as gerações seguintes. Em Inglaterra, esta colheita foi baptizada de "Waterloo Port", porque coincidiu com a famosa batalha de Waterloo, que colocou fim ao império de Napoleão. Pela sua complexidade, elegância e equilíbrio, é provavelmente o melhor dos seis vinhos que se provaram. O aroma é riquíssimo e cheio de nuances químicas e exóticas, com notas mais frescas em dueto com outras mais quentes. Um jogo sensorial muito sedutor que se repete na boca, onde o vinho mostra o seu lado mais mediterrânico (frutos secos), exaltado por uma excelente acidez que lhe confere uma notável persistência. Sublime.