Fugas - Vinhos

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  • Argentina. Cecília Costa, a mendozina que lidera a viticultura da Finca Flichman
    Argentina. Cecília Costa, a mendozina que lidera a viticultura da Finca Flichman
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  • Chile. Stephane Geneste, enólogo principal da Sogrape na vinha de Los Boldos
    Chile. Stephane Geneste, enólogo principal da Sogrape na vinha de Los Boldos
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Do Chile à Argentina pelas vinhas do novo mundo

Por Pedro Garcias

O Mateus Rosé levou o nome da Sogrape a todo o mundo mas o grupo português só ganhou dimensão global quando seguiu o percurso dos pioneiros do vinho e se instalou na Argentina e Chile. Eis a terra dos sonhos para a viticultura, também um glorioso destino de viagem.

Uma poalha de smog turva a luz outonal, sem ofuscar o esplendor das montanhas que rodeiam Santiago, a sétima cidade mais habitada da América Latina. Não é o idílio, esse fica mais a sul, na terra do fim do mundo, na Patagónia. Mas aterrar na capital chilena, na estação oposta do Hemisfério Norte, após 14 horas de avião desde Madrid e refeições miseráveis da Ibéria, é como se tivéssemos chegado às portas da Terra Prometida.

A verdadeira viagem, de Los Boldos a Barrancas e Tupungato, pelos vinhedos que a Sogrape possui no Chile e na Argentina, apenas começa ali, na cidade de Allende, entre o Pacífico e os Andes, a mais de 10 mil quilómetros de distância de Portugal. É manhã cedo e Santiago vai despertando vagarosamente do sismo de 7,2 graus na escala de Richter sentido na véspera, de reduzidas consequências. Os sismos tornaram-se uma triste rotina para os chilenos, que vivem sentados em cima de uma bomba relógio, o Anel de Fogo do Pacífico.

Não há tempo para pensar em eventuais réplicas. É só pousar as malas e tomar um banho. O táxi aguarda-nos à porta do hotel para nos levar a Los Boldos, uma hora de viagem desde Santiago. A estrada, quase uma recta contínua, segue sempre rodeada de montanhas por um vale que parece ir terminar alguns quilómetros à frente. Mas é a ilusão própria dos grandes espaços. Anda-se e a linha do horizonte vai continuando a afastar-se, tornando a estrada infinita. 

Há vinhas e pomares de um lado e do outro, alguns campos de milho, pequenas aldeias térreas marginando o asfalto, uma fábrica modesta de onde em onde, pó por todo o lado. As culturas agrícolas estão em final de ciclo e não há neve nas montanhas. Um certo ar de deserto perpassa pela paisagem. "Esta é a maior seca dos últimos 100 anos no Chile", explica o taxista.

O Chile é uma imensa língua de terra entalada entre o Pacífico e a cordilheira andina. Santiago fica mais ou menos no meio. Os vinhedos do país estendem-se numa faixa de mais de mil quilómetros, para norte e para sul da capital. O grosso das vinhas situa-se no Vale Central, a principal região vinícola do Chile.

Mas há muitos vales dentro do grande vale. Um deles é alimentado pelo rio Cachapoal, que nasce nos Andes. A viña Los Boldos, que a Sogrape comprou em 2008, fica no Alto Cachapoal, junto à pequena cidade de Requínoa, de onde parte uma rota vinícola que envolve outras companhias famosas do Chile: Casa Lapostolle, Altair, Anakena. Los Boldos é a porta de entrada.

O nome surge em letras grandes na monumental parede de pedra rolada que separa a adega da estrada. Um caminho de terra batida separa a adega dos edifícios sociais, pequenos chalets rodeados de pequenos relvados e jardins. Não é o cenário que associamos às grandes viñas chilenas: vinhedos a perder de vista e, no meio, uma adega térrea ladeada de uma grande casa com um imenso jardim. A adega e alguns armazéns estão em obras profundas e até os chalets servem para guardar madeiras velhas.

Vindimas em Los Boldos

Filipe Carvalho, que no início de Março deixou a unidade comercial de Hong Kong da Sogrape para assumir a direcção de Los Boldos, faz de cicerone. Explica como irá ser a nova adega, mostra o buraco onde vai nascer uma grande sala de barricas, a futura ala de cubas de fermentação, o laboratório. Stephane Geneste, o enólogo principal, junta-se depois, para explicar os vinhos.

Stephane, formado na Universidade de Dijon, na Borgonha, entrou na empresa em 1997, sete anos depois de o francês Dominique Massenez a ter comprado. Até 1990, e desde 1850, Los Boldos funcionou como adega cooperativa. Depois Massenez transformou-a em château, reorientando o cultivo e a produção de vinho no sentido da mais pura tradição francesa.

Em 2008, a família Massenez vendeu, por cerca de 30 milhões de euros, a totalidade do capital de Los Boldos à Sogrape, que, além de renovar a adega, tem vindo a fazer um minucioso trabalho de zonagem das vinhas existentes, plantadas em terrenos de aluvião polvilhados de pedras roladas. Conceitos como condutividade eléctrica dos solos, geo-referenciação e viticultura de precisão passaram a fazer parte do novo léxico da empresa e a ser determinantes na forma de delinear as novas plantações, desde a exposição das vinhas aos tempos de rega por gota a gota e aos porta-enxertos e castas mais indicadas para cada talhão. O rosto desta "revolução" é o consultor chileno Pedro Parra, um doutorado em solos pela Universidade de Paris que a revista Decanter considerou, em 2009, uma das 50 pessoas mais influentes do mundo na indústria do vinho.

Os trabalhos de Pedro Parra dizem pouco a Luiz Ramirez, um chileno de bigode e feições andinas. De joelhos, como se estivesse em peregrinação, corta cachos de Cabernet Sauvignon a uma velocidade de ilusionista. Cansa só de vê-lo trabalhar. "Já estou habituado", diz, sem tirar os olhos das videiras. Los Boldos está em vindimas e a apanha das uvas, seguindo a tradição do país, é paga ao quilo. Quando os baldes estão cheios, Luiz mete-os numa carreta e corre a despejá-los na caixa do tractor, perante o olhar atento de uma "feitora" contabilista. Ramirez chega a vindimar 1500 quilos de uvas por dia. Quando o consegue, leva para casa o equivalente a 30 euros. O salário mínimo no Chile ronda os 270 euros.

O cenário é prodigioso em Los Boldos, 210 hectares de vinhas planas e geométricas com os Andes em fundo. Indiferentes à beleza da paisagem, os trabalhadores mal falam. O sol queima e até os cavalos que nos levam em passeio pelas vinhas, depois de um almoço típico de cabrito assado no espeto, parecem agradecer a sombra das videiras e a água que cai dos gotejadores. Ainda há tempo para cortar uns cachos, de recordação. A primeira caixa enche-se bem. A segunda já custa. Luiz Ramirez merecia uma vénia.

Está na hora de regressar a Santiago, para um jantar no restaurante La Mar, cozinha de inspiração peruana à base de peixe e marisco. O chileno Patrício Tapiá, provador sénior da revista Wine&Spirits, também aparece. Leva alguns vinhos para surpreender o amigo João Paulo Martins, crítico da Revista de Vinhos. Um deles faz mesmo boa figura, o Laberinto Sauvignon Blanc 2001, notas típicas da casta e acidez divinal. João Paulo Martins contrapõe com um extraordinário Casa de Saima 1991, da Bairrada, sem tirar brilho ao belo Chateau Los Boldos Grand Cru 2009.

A travessia dos Andes

São quase quatro da manhã em Portugal quando o jantar acaba. A jornada foi longa de mais e no dia seguinte há um grande desafio pela frente: viajar de carro desde Santiago até Mendoza, na Argentina, através dos Andes. Seis horas de viagem, no mínimo, se tudo correr bem. De avião, seriam pouco mais de 40 minutos.

A primeira hora é de aproximação às montanhas, ainda por entre vinhas e pomares. Inúmeros camiões vindos de todos os pontos da América do Sul seguem num vaivém constante, somando quilómetros atrás de quilómetros pela grande estrada panamericana, a travessia dos viajantes solitários e destemidos, cerca de 48 mil quilómetros ligando os Estados Unidos ao sul da Argentina. A subida a sério começa em Puerto dos Andes, ponto de paragem para uma parrilhada (assado de várias carnes). A partir dali é um serpentear contínuo por entre montanhas e desfiladeiros, cuja beleza e grandeza nos reduzem à nossa insignificância. Faz sol e a luz é puríssima, mas não há forma de alcançar o gigantismo da cordilheira andina com um simples olhar. A escala é inumana, oito mil quilómetros de montanhas ininterruptas desde a Venezuela à Patagónia. Uma delas, Aconcágua, é o ponto mais alto do continente americano, com 6962 metros de altura. Dizem que do seu cume se consegue perceber a curvatura da Terra no Pacífico.

Em menos de 30 quilómetros sobe-se até aos 2400 metros de altitude. A estrada continua em espiral, numa vertigem que tem algo de aventura e de religião. Um sentimento de irmandade apodera-se dos automobilistas, que vão trocando acenos solidários. Atravessar os Andes é uma odisseia colectiva e um pretexto também para imortalizar paixões. "Amo-te Sónia", lê-se, algures. São raros os vestígios de neve. No Inverno, a estrada chega a estar cortada durante vários dias. Para proteger os automobilistas das derrocadas e das intempéries mais severas, há vários cobertizos ao longo da estrada (túneis abertos). Mais alguns quilómetros e chegaremos aos 3800 metros, a altitude a que se situa a fronteira entre o Chile e a Argentina, em Las Cuevas.

As formalidades demoram menos de 30 minutos. Em certos dias, a espera chega a ser de duas horas, dizem-nos. No lado argentino, a estrada torna-se mais rectilínea e as montanhas acompanham a metamorfose, ganhando tonalidades mais claras. Durante vários quilómetros, a estrada segue paralela a uma velha linha de comboio, o mítico Transandino que ligava Mendoza, na Argentina, a Santa Rosa de Los Andes, no Chile. O comboio deixou de apitar há muito tempo, mas a linha ainda vai resistindo, em alguns troços pendurada sobre o precipício, tal como a lendária Ponte do Inca, uma ponte natural formada pela erosão das águas minerais.

É uma das grandes atracções da travessia dos Andes, cuja lenda a associa à luta pela independência da Argentina, mas os taxistas que nos levam não perdem tempo com explicações. Há ainda duas ou três horas de viagem pela frente e, a partir de certa altura, a monumentalidade dos Andes vai-se tornando monótona, em grande parte pela ânsia do destino, Mendoza, onde chegamos já de noite.

A terra dos sonhos da viticultura

A cidade de Mendoza, a mil quilómetros de distância de Buenos Aires, é o centro da mais importante e florescente região vinícola do continente americano. Cerca de 90 por cento do vinho exportado pela Argentina é produzido naquela província, onde a área de vinha ronda os 150 mil hectares (80% do total do país). E apenas uma ínfima parte da superfície da região (3%) está cultivada. É a verdadeira terra dos sonhos para quem pretende produzir vinho, embora o ambiente lembre mais o deserto. O clima é muito seco (não chovem mais do que 200 milímetros por ano), os solos, de aluvião e com boa drenagem, são uma bênção para as videiras e a proximidade dos Andes assegura frescura e água para a rega.

Durante séculos, o alto consumo interno de vinho foi mantendo a Argentina longe dos holofotes do mundo. Mas por volta da década de 80 do século passado, com a abertura do país ao investimento estrangeiro, o gigante começou finalmente a despertar. As principais multinacionais do vinho e enólogos voadores como Michel Rolland instalaram-se em Mendoza, atraídos pela terra barata e abundante. E atrás de uns vieram outros, pioneiros modernos decididos em plantar vinha onde só nasce "pura maleza", vegetação rasteira típica do deserto.

A Sogrape, que ganhou vocação universal com o Mateus Rosé, chegou em 1998, com a compra da Finca Flichman ao grupo Werthein. "Lembro-me que nessa altura o meu pai passou algumas noites sem dormir", recorda Mafalda, a filha do presidente da Sogrape, Salvador Guedes, em visita iniciática por Los Boldos e a Finca Flichman, cujas marcas gere no mercado português.

Saindo de Mendoza, a visão é arrebatadora, apesar da aridez que ressuma do imenso vale. Há rios secos que mais parecem cemitérios de pedras. O Mendoza, o mais importante da região, leva apenas um fio de água. Mas a amplitude do leito não deixa dúvidas sobre sua a natureza torrencial. A Finca Flichman fica situada precisamente numa depressão formada em tempos remotos por aquele rio, em Barrancas, na zona de Maipú, a cerca de meia hora de viagem da capital da província.

A "Finca" está em vindimas. Luís Cabral de Almeida, o enólogo principal, e Ricardo Rebelo, o director-geral da Sogrape na América do Sul, esperam-nos à porta da adega. É a última colheita de Luís na Argentina. Em Junho, regressa a Portugal, para assumir a enologia da Herdade do Peso, no Alentejo. Ricardo está para ficar. Casou com uma argentina e tem um filho argentino, adepto resignado do Sporting. "Papi, nadie lo conoce!", costuma queixar-se, quando leva o equipamento leonino para a escola.

De Barrancas à "janela das estrelas"

O dia promete: parrilha típica ao almoço, cabrito assado ao jantar, provas de vinhos pelo meio e ainda um passeio a cavalo ao entardecer. Mas primeiro as vinhas. Cecília, a mendozina que lidera a viticultura da Finca Flichman, vai explicando as transformações que têm sido feitas: a substituição do sistema de rega por inundação pelo de gota a gota, a aposta no pé franco nas novas plantações (videiras sem porta-enxerto), a instalação de lonas anti-granizo nas linhas de videiras, a recuperação do sistema de parral (o equivalente à latada minhota), a sementeira de erva no meio dos bardos em alguns talhões.

A erva tem uma função: aumentar a oxigenação do solo, demasiado compactado depois de, nos anos 40 do século passado, o judeu de ascendência polaca Isaac Flichman ter mandado encher de terra fértil o leito seco de um rio pedregoso que cruzava mais de 30 hectares da propriedade. Uma obra faraónica. Isaac, que estudou enologia em Montpellier, trouxe clones de Syrah para plantar nas terras recuperadas do rio. Foi um dos pioneiros da introdução desta casta e também do Cabernet Sauvignon. Também foi inovador ao lançar o vinho Caballero de la Cepa em garrafas de 750ml, o primeiro vinho qualificado como "fino" na Argentina. Viveu à grande e à francesa e acabou, no final da vida, por perder a empresa para os bancos. Mas nunca perdeu o amor pelo vinho e pelas vinhas de Barrancas. Quando morreu, em 1989, as suas cinzas foram depositadas, como pedira, num antigo parral da Finca Flichman.

Ainda há trabalhadores na empresa do tempo de Isaac Flichman, mas a adega e as vinhas já não são as mesmas. Em poucos anos, Fernando Guedes (filho), primeiro, e Ricardo Rebelo depois renovaram instalações e modernizaram a vinificação e a viticultura, devolvendo, com a sabedoria de Luís Cabral, o prestígio aos vinhos da Finca Flichman. Não foi fácil. Pelo meio, a Sogrape teve que conviver com o default da Argentina, em 2000, e com a desvalorização da moeda nacional, o peso. Mesmo assim, o grupo português não parou de comprar terra (possui 950 hectares) e é hoje o sétimo maior exportador de vinho da Argentina, vendendo cerca de 18 milhões de garrafas por ano, duas vezes mais do que a Finca Flichman vendia antes de a família Guedes chegar.

Tupungato, fim da viagem, de novo na direcção da fronteira andina com o Chile. Ao longe, um imponente vulcão nevado no cume brilha no meio da grande cadeia montanhosa. Os índios Huarpes deram-lhe o nome de Tupungato, "a janela das estrelas", o segundo ponto mais alto dos Andes, com 6565 metros de altitude.

Nome de uma vasta área dominada pelo grande vulcão, Tupungato é o novo íman da viticultura em Mendoza, que se aproxima cada vez mais da montanha. O enólogo Rui Reguinga, que faz um vinho na Argentina para o mercado português, o Fabre Montmayou (Malbec e Touriga Nacional), dá consultoria a uma empresa, o Domaine Vistalba, com vinhas a 1600 metros de altitude. Todas as companhias de renome estão instaladas neste formidável planalto que parece não ter fim. A Bodega Salentein, misto de adega, galeria de arte e pousada, foi uma das primeiras a desbravar caminho. Mais tarde, Michel Rolland e seis sócios colocaram a região nas bocas do mundo, com a criação do Clos de los Siete, 700 hectares de vinha contínua.

A Sogrape chegou logo a seguir e construiu praticamente uma finca de raiz, Don Fernando, de onde saem os seus melhores vinhos na Argentina. Barrancas (160 hectares) está situada a 700 metros e garante vinhos frutados, encorpados e generosos de álcool; Don Fernando (240 hectares) está a 1100 metros e assegura vinhos mais frescos e complexos, de que o fantástico Parcela 26 (Malbec de quatro lugares diferentes) é um bom exemplo.

Em breve, a área de vinha em Tupungato vai crescer para os 280 hectares, com a plantação de 40 hectares de Touriga Nacional, um desejo antigo de Luís Cabral de Almeida. Não ter tempo para participar desse legado é uma das poucas mágoas, senão a única, que o enólogo irá trazer da Argentina. Mas, como consolo, Luís pode sempre orgulhar-se de ter estado envolvido na mais extraordinária aventura da Sogrape fora de Portugal. "Uma longa viagem começa com único passo" (Lao-Tsé). O da família Guedes foi gigantesco.


Vinhos para todos os gostos e preços

A Sogrape produz inúmeros vinhos no Chile e na Argentina. Só neste último país, o grupo português possui três centros de vinificação com uma capacidade de produção de 24 milhões de litros de vinho. As condições de produção, tanto no Chile como na Argentina, são tão boas que permitem fazer vinhos para todos os gostos e preços. A vocação das vinhas expressa-se, de resto, em dólares. "Esta vinha é para um vinho de 40 dólares a caixa, produz entre 15 mil a 18 mil quilos de uvas por hectare; naquela fazemos um vinho de 80 dólares, produz metade" - é a forma mais comum de Luís Cabral de Almeida, o enólogo da Finca Flichman, explicar o tipo de viticultura praticado pelo grupo português na Argentina.

O grosso da produção tem como destino o mercado externo e só uma reduzida parte é vendida em Portugal. De Los Boldos, estão à venda no mercado nacional o vinho Momentos, nas variedades Sauvignon Blanc, Carmenere e Cabernet Sauvignon (6 euros), e o Sensaciones Shiraz (12 euros). Da Finca Flichman, são comercializados os vinhos Misterio (Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Shiraz, todos a 5 euros), Reserva (Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Shiraz, a 5 euros), Gestos (Cabernet Sauvignon e Shiraz, a 9 euros) e Dedicado, um dos vinhos de topo (30 euros).


A Fugas viajou a convite da Sogrape

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