Fugas - Vinhos

  • Ricardo Castelo/nFactos
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  • António Loureiro, Tony Smith  e enólogo Rui Cunha
    António Loureiro, Tony Smith e enólogo Rui Cunha Pedro Granadeiro/nFactos
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O renascer da bela Covela

Daí o esforço dos actuais proprietários em procurar manter toda a estrutura e métodos, com opção pelo sistema de produção biológico. Além do feitor, António Loureiro, que vem já do tempo de Oliveira, também o enólogo continua a ser Rui Cunha, agora em equipa com Gonçalo Sousa Lopes, na agricultura.

“A ideia é trabalhar a vinha e fazer os vinhos da mesma maneira, de forma a manter a mesma linha de prestígio e qualidade”, explica Tony Smith, que traça três etapas para a fase de relançamento. A primeira, já cumprida, passava pela reconstituição das equipas, recuperação das vinhas ao nível anterior e produção dos primeiros vinhos. Num segundo tempo há que avaliar a adequação das castas ao mercado actual, para depois, progressivamente, dar prioridade ao reforço da qualidade e da presença das castas autóctones.

A Covela produzia em paridade tintos e brancos e deverá, com o tempo, passar pelo reforço dos brancos até uma percentagem de 70/30, graças ao incremento das castas típicas da região, como Avesso e Arinto. As parcelas que mais sofreram com o abandono foram, precisamente, as de Avesso, pelo que será já feito o seu replantio na grande parcela central. Não só reforça a presença daquela que é a casta que melhor se dá na região, como a ideia é reforçar também a imagem de enquadramento da quinta no estilo tradicional.

Para lá do Avesso, nas castas brancas é igualmente forte a presença do Chardonnay e do Arinto, além de alguma coisa de Viognier, Riesling e Gewurtztraminer, “para temperos”. Nas tintas, predominam as Cabernet (Sauvignon e Franc), em conjunto com Touriga Nacional e Merlot.

Além das vinhas, com 14 hectares, os 36 hectares da quinta comportam ainda o arrojado projecto imobiliário que esteve na origem dos problemas financeiros. Do total de 12 requintadas moradias na encosta sobranceira ao Douro foram construídas apenas três, podendo o plano vir a evoluir para um projecto turístico.

Na zona das vinhas, há também as ruínas da antiga casa solarenga do século XVI e uma capela dedicada a Santa Quitéria. Estão a ser recuperadas, com acompanhamento e estudos arqueológicos, para dar origem a um centro de provas e acolhimento para visitantes.

As novidades

No regresso ao mercado, a Covela surge com dois vinhos. O prestigiado Escolha Branco, que reaparece depois da colheita de 2008 e em moldes idênticos, e a novidade absoluta Edição Nacional. É o primeiro vinho da quinta que se insere nas características regulamentares da região, sendo o primeiro Covela engarrafado como Vinho Verde, já que as castas utilizadas nos outros impõem a classificação de Regional Minho.

Escolha Branco 2012

Quinta da Covela
São Tomé de Covelas, Baião
Castas: Avesso e Chardonay
Graduação:14% vol
Região: Vinhos Verdes
Preço: 16€
Aromas tropicais com envolvência fresca e mineral que lhe conferem alguma complexidade. Na boca é seco, com acidez equilibrada, sensações saborosas de frutos amarelos bem maduros e alguma cremosidade à mistura. Tem um final delicadamente longo e uma frescura que equilibra de forma harmoniosa com o elevado teor alcoólico.

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