Nasceu a Vidigueira Wine Lands. À frente da associação está Reto Jörg, representando a Quinta do Quetzal. A esta empresa juntam-se a Adega Cooperativa da Vidigueira, Cuba e Alvito, Herdade Grande, Herdade do Monte da Ribeira, Paço dos Infantes, Ribafreixo e Vitifrades. E, como sócio honorário, inscreveu-se a Câmara Municipal da Vidigueira. A ideia de que a união faz a força está na base do projecto. Pequenos produtores, acreditam que juntos poderão ter mais trunfos no lugar onde mais se joga o futuro do sector. Nos mercados.
O quadro de sócios está feito, mas não está fechado. Reto Jörg espera que, em 2014, se juntem mais dois sócios. Não quer revelar quem poderá juntar-se, mas adianta que são entidades que, de alguma forma, estão a esperar para ver, aguardando o desenrolar dos primeiros passos para decidirem àcerca da sua integração na associação.
De fora das intenções dos promotores está um qualquer diferendo com a Comissão Vitivinícola Alentejana (CVRA). O presidente da jovem associação garante que haverá sempre sinergias e trabalho conjunto, não se pretendendo substituir a ninguém. O que conta é dar maior visibilidade à região. Clarificando qualquer hipótese de conflito, Reto Jörg, dá como exemplo o reconhecimento de que a CVRA não poderia só ajudar os produtores da sub-região da Vidigueira. Se assim o fizesse iria criar atritos com os produtores doutras sub-denominações, que certamente se sentiria prejudicados com tratamento discriminatório.
«É muito difícil promover uma região inteira. Por isso, é muito útil trabalhar com eles [CVRA]. Eles não podem fazer tudo» – reconhece Reto Jörg. Em termos práticos, o primeiro objectivo da Vidigueira Wine Lands é racionalizar custos inerentes à actividade dos produtores, como a indispensável presença em eventos internacionais ou a promoção conjunta.
Os trabalhos estão a começar, mas já há ideias. De momento, estão duas equipas a trabalhar na elaboração de um business plan. Uma tem a cargo a criação duma rota de vinhos. A outra a definição de eventos. Uma vez que nem todas as empresas têm os mesmos interesses, enquanto alvos de negócios, o estabelecimento de estratégias tem de ser muito ponderado, avança Reto Jörg. «Não podemos trabalhar todo o mundo. Temos de ver onde vamos trabalhar em primeiro lugar». Ou seja, a Vidigueira Wine Lands vai ter de conciliar interesses.
Para já, todo o trabalho é exercido por voluntarismo dos associados. Porém, pretende-se que tenha recursos próprios para poder, por si, desempenhar as suas funções. No modelo da associação aprovado, cada empresa tem um voto independentemente da sua dimensão.
Projecto de início demorado
O projecto da Vidigueira Wine Lands teve início em 2011, enquanto ideia. As conversações arrastaram-se: «Andámos um ano e tal a tentar fazer a associação» – diz o presidente da entidade. Reto Jörg salienta a dificuldade do associativismo em Portugal. Tendo tido início da idealização em 2011, só conheceu escritura pública em meados de Outubro de 2013. «Dissemos: ou é agora ou é nunca. Uma associação não faz sentido se só forem dois ou três» – refere Reto Jörg.