Fugas - Vinhos

  • DR/Quinta do Pôpa/Rui Costa
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  • DR/Quinta do Pôpa/Rui Carvalheira
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Quinta do Pôpa: O sonho de fazer alguns dos melhores tintos do Douro

Elegância e complexidade

Quanto aos vinhos, o Contos da Terra Branco 2012, com Viosinho, Malvasia, Fernão Pires e um pouco de Moscatel, é um vinho fresco e jovial e com preço bem interessante (3,90€). Seguiu-se o Popa TN (Touriga Nacional) Tinto 2009 (14€), que passa por um estágio de oito meses em casos com diferentes volumes. Sobressai a força da fruta madura, o equilíbrio e a suavidade do tanino. Um perfil muito fino e elegante e pouco comum em vinhos da casta com tão pouca idade.

O mesmo perfil de elegância e suavidade no Pôpa TR (Tinta Roriz) Tinto 2009 (19€), um vinho cuja exigência de qualidade fará com que não seja engarrafada a colheita de 2010. Muito macio, rico de sabor e uma frescura limpa e quase infinita. Sedutor e cativante na conjugação com a cor limpa e carregada.

Complexidade e elegância são os principais atributos do Popa VV (Vinhas Velhas) Tinto 2009, que só deverá chegar ao mercado nos próximos meses. Apesar do custo anunciado (22€), perfila-se como uma interessante relação qualidade/preço, não só pelas suas características intrínsecas (intenso, vinoso, especiado e balsâmico) mas também pela rara finesse que, sem deixar de expressar o Douro, remete para um perfil mais associado aos grandes vinhos do mundo.

Interessante é também o exercício de inovação com o Tinto Doce (15€/0,5L), uma irreverência com uvas de vinhas velhas e maturação extrema (sem chegar à podridão), cuja fermentação é interrompida para não ultrapassar os 10% de álcool. Um toque de acidez volátil que “domina” a doçura, numa espécie de introdução ao vinho do Porto.

A juntar aos vinhos com marcas da quinta há ainda outros dois projectos, um associado a Luís Pato e outro em ligação com o criativo alemão Finkus Bripp.

O primeiro resulta da conhecida irreverência do enólogo bairradino, que associa duas das mais marcantes castas do Douro e da Bairrada, a Tinta Roriz e a Baga, respectivamente. Apresentado como um vinho sofisticado, o PaPo (iniciais de Pato e Popa) assume também o nome de TREPA (Tinta Roriz e Pan, da vinha bairradina) na versão de exportação.

De cariz marcadamente urbano e moderno é o projecto com o criativo sediado em Berlim. A ideia surgiu em 2011 durante uma feira, nos EUA, onde os vinhos Pôpa despertaram a atenção do designer e consultor criativo especializado em conceitos inovadores de vinhos. No ano seguinte foi lançada numa galeria de arte de Berlim a primeira edição da Wine on the Rocks Finkus Collection – Lolita & Milf, dois DOC Douro da Quinta do Pôpa que são comercializados em conjunto, um pack com caixa em madeira ao preço de 40€ (ou 90€ para a versão magnum).

Num perfil que privilegia a elegância e lógica urbana de lifestyle, os vinhos assumem conceitos associados às personalidades (e rótulos) criadas por Finkus. Lolita é jovem, fresca, explosiva e directa, enquanto a mãe, Milf, é mais madura e complexa, e como tal com mais sabedoria e longevidade. E assim são os vinhos.

Da experiência inicial foram feitas 666 garrafas, mas a última edição vai já nas 2500, com as vendas a crescerem em circuitos artísticos da Alemanha, Suíça e EUA.

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