Fugas - Vinhos

Pedro Cunha

Copos e cuidados

Por Rui Falcão

O tema poderá parecer irrelevante, ou talvez mesmo frívolo, mas para quem investiu tempo e capital em copos de vinho mais que decentes estas informações deverão ser especialmente úteis.

Apesar de não fazer sentido levar o tema demasiado a sério, perdendo tempo e energias exageradas na escolha de infinitos modelos de copo, a verdade é que a fruição do vinho depende da escolha de bons copos que consigam evidenciar as qualidades e características dos vinhos que escolheu.

O ideal seria poder dispor de uma colecção de copos desenhados especialmente para vinhos brancos, outra para vinhos tintos, outra para vinhos generosos como o Vinho do Porto, Vinho da Madeira ou Moscatel e ainda uma outra destinada aos vinhos espumantes.

Se a listagem parecer demasiado ambiciosa, se o espaço de armazenagem para tanto copo não abunda ou se o investimento aparentar ser pouco apetecível, então decida-se por uma linha de copos mais padronizada e suficientemente flexível para conseguir cobrir todos estes campos com um modelo intermédio e mais versátil que se mostre digno e fiável na cobertura dos diferentes estes estilos de vinhos.

Imaginemos então que investiu numa linha simples ou em três ou quatro modelos de copos... e agora vai querer usá-los. Imaginemos ainda que investiu na compra de um decanter para utilizar em ocasiões especiais ou quando os vinhos justificarem tal aproximação.

Terá, então, um mundo de cristal ou de vidro polido mais ou menos vasto que necessita de manutenção e de alguns cuidados básicos que permitam aumentar o seu período de vida útil. Tratar dos copos e dos decanters é uma tarefa simples e rotineira que, apesar de simples, requer algum cuidado e prudência para evitar dissabores.

Primeiro, não se esqueça que vidro e cristal absorvem com incrível facilidade os aromas ambientes dominantes, sobretudo em espaços fechados, podendo arruinar o prazer imediato da prova.

Como qualquer enófilo se apercebe rapidamente, guardar copos ou decanters nas caixas de cartão originais ou em armários com aromas intensos a verniz ou outros tratamentos da madeira é sinónimo imediato de um copo ou decanter com cheiro de cartão ou cheiro a verniz. Como tal, os copos e decanters devem ser sempre acondicionados em locais arejados e sem odores fortes, sempre com a boca para cima, de pé, de forma a não armazenarem qualquer tipo de odor.

Com o uso e o passar do tempo, tanto copos como decanters começam a ganhar manchas e sinais de sujidade que obrigam à limpeza... que deve merecer alguma atenção. Não só vai começar a notar sinais do depósito de sedimentos, os famosos anéis avermelhados e/ou castanhos que começam a surgir no fundo do copo e que são particularmente visíveis para quem bebe vinhos tintos e generosos, como verá manchas de calcário espalhadas pelos bordos do copo.

Estes resíduos são de difícil remoção e têm consequências nefastas no brilho do cristal e no aspecto estético dos copos. Para obviar a tal situação, habitue-se a lavar os copos pouco após a utilização ou, no mínimo, a escorrê-los com água abundante poucas horas após o repasto. Depois de criadas, essas manchas obrigam à utilização de produtos que poderão danificar os copos. Para lavar copos e decanters necessita somente de água, um jorro de água caudaloso a uma temperatura quente ou muito quente.

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