Para muitos dos produtores presentes, o objectivo da mostra e das provas era manter ou alargar a sua presença no mercado brasileiro. Em 2014, Portugal exportou para o Brasil 9,7 milhões de litros de vinho, que renderam 28,7 milhões de euros, tornando este país no nono principal mercado externo da produção nacional. Mas se em alguns estados a presença do vinho português no mercado é reduzida, no caso do Rio de Janeiro vale um pouco mais de 30% do consumo total de vinho. O que justifica a aposta de empresas com fortes quotas de mercado deste país, como a Real Companhia Velha ou as marcas da Lusovini (Pedra Cancela e outras), ou o esforço de produtores que ainda não têm sequer representantes neste mercado.
Lia Lemos, produtora da Quinta de Bouçós, no Douro, era uma dessas estreantes. Jorge Tenreiro, da Quinta do Cume, outro. Juliana Kelman, uma brasileira que comprou com o marido seis hectares de vinhas no Dão e produz um branco com a casta Encruzado, também foi ao Vinhos de Portugal no Rio à procura de redes de distribuição. Ao final de três dias de contactos, todos tinham estabelecido ligações com milhares de novos consumidores ou agendado contactos com potenciais distribuidores. Talvez por isso, logo após o anúncio do encerramento do Vinhos de Portugal no Rio, as dezenas de produtores de vinho presentes tenham decidido festejar três dias de intenso trabalho com uma salva de palmas, um aplauso foi de imediato secundado pelas centenas de visitantes que lá se encontravam.