Na Casa dos Ecos há mesas e cadeiras à sombra, água e casas-de-banho disponíveis para os visitantes. Em breve, a família quer iniciar um serviço de piqueniques, que permitirá que aqueles que passeiam entre as vinhas possam almoçar naquela casa sossegada, apreciando com mais tempo e de barriga cheia a paisagem que é Património da Humanidade.
Nós já experimentamos. Pelas 13h30 o sol está quente e alto, o Douro corre plácido, algumas folhas das vinhas, lá em cima, nos socalcos, já começam a ostentar as cores douradas e avermelhadas que anunciam que o Outono chegou. Alguns pés de vinha ainda têm cachos pesados de uvas perfeitas, outros já estão vazios do fruto que carregaram nos últimos meses, e que é agora despejado, lá em baixo, nos lagares da Quinta do Bomfim. Na Casa dos Ecos, um antigo armazém da quinta da família Symington, saboreamos vinho produzido pela família e comemos as iguarias que saem dos sacos: queijos e presunto, bolinhos de bacalhau, salada russa e filetes de peixe. Por companhia temos apenas uma abelha, que acaba por desistir de voar à nossa volta quando não lhe prestamos qualquer atenção. Por todo o lado estende-se a vinha fabulosa do Douro, lá em baixo está o rio e o Pinhão.
Sabemos, ficamos a saber durante a visita, que esta é apenas uma das 27 quintas que os Symington têm na região. E que, mesmo assim, ainda precisam de comprar uvas a cerca de 1500 pequenos produtores para poderem produzir todo o vinho que está nas mãos da família. Um verdadeiro império que, ainda assim, resistiu à massificação e continua a produzir vinho único e de elevadíssima qualidade, precisamente por causa da gestão integralmente familiar da empresa, defende Miguel Potes, responsável pela comunicação da Symington.
Quem chega para uma visita à Quinta do Bomfim à procura das antigas tradições, da pisa a pé, por exemplo, ou dos homens carregando pesados cestos de vime às costas, já não irá encontrar vestígios desse tempo mais duro. As uvas são recolhidas em caixas de cerca de 18 quilos ainda na vinha e transportadas por pequenos tractores e camionetas até à adega. É preciso ir a outra quinta da família, a do Vesúvio, para ver homens e mulheres de pernas nuas, pisando a uva nos lagares de pedra. No curto vídeo que é apresentado aos visitantes do Bomfim, o presidente da empresa, Paul Symington, explica que a família não quer acabar com essa imagem tão típica da vindima duriense e que ela irá continuar, no Vesúvio, “para sempre”. Mas no Bomfim, há outros atractivos e basta observar os rostos sorridentes espalhados pela sala de provas para perceber que não há falta de imagem tradicional que resista a um bom copo de vinho.
Diferentes provas de vinho estão incluídas nas visitas e, dentro de portas, ou ao ar livre, em mesas voltadas para o rio, os visitantes vão-se deixando ficar, de copo na mão, a saborear ao que sabe tudo aquilo que acabaram de ver.
Quinta do Bomfim
5085-060 Pinhão, Alijó, Portugal
Tel: 254 730 370
E-mail: quintadobomfim@symington.com
Lat. 41.189245 Long. -7.540943
41°11’21.0”N 7°32’27.0”W