Perante este cenário, a palavra de ordem é crescer e investir. O caminho traçado não inclui para já a possibilidade de uma segunda marca de vinhos mais baratos – “não é esse o nosso caminho”, diz António Antunes, que situa os preços das suas marcas no mercado nacional entre os seis e os 32 euros. Não é por uma questão de limitação - uma boa parte da produção de uvas é vendida a outros produtores, “o que é para nós um bom negócio já que nos permite ter fôlego financeiro para o nosso negócio”. É por pura opção. De resto, está na calha a intenção de fazer novas plantações no imenso espaço da herdade – só as zonas de azinho estão vedadas a essa ambição, dadas as restrições legais que condicionam o seu arranque. António não questiona as escolhas de castas feitas há mais de dez anos, mas desta vez pensa em acrescentar ao potencial produtivo uma variedade tinta que seja tipicamente alentejana. Como é óbvio, a Alicante Bouschet, a casta-emblema do Alentejo contemporâneo, está na primeira linha das escolhas potenciais. Ao mesmo tempo, estão previstos novos investimentos na adega, não para construir um edifício imponente para dar nas vistas, mas para permitir novas facilidades para a vinificação de diferentes lotes de vinhos brancos, por exemplo.
Agora que o negócio corre bem e que os resultados operacionais são positivos, António faz as contas aos projectos para o futuro e imagina uma meta para concretizar: a produção de 240 mil garrafas, mais do triplo do actual. Para lá chegar, vai precisar de mais produção, de uma equipa comercial capaz de reforçar a estratégia internacional da empresa e de novas apostas. O Collection tinto continuará a ser o baluarte da Arrepiado Velho, mas na calha está já um super-reserva que se chamará AMMA – o acrónimo dos membros da família: António, Marta e os filhos Martim e Alice. Os primeiros ensaios estão em curso e as ambições são ousadas. Ir além do Collection, um vinho sofisticado e com carácter, não há-de ser tarefa fácil.