Fugas - Vinhos

  • O Monvínic, aquele que, de acordo com revistas do sector, é o melhor wine-bar restaurante de Barcelona, recebeu uma prova de vinhos portugueses

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Um fim-de-semana de glória para o vinho português em Barcelona

Um Madeira de 1862 para celebrar Portugal no Monvínic

 

No rescaldo do primeiro Simplesmente Vino BCN, os organizadores promoveram uma prova de vinhos portugueses no Monvínic, o melhor wine bar-restaurante de Barcelona e, de acordo com revistas do sector, um dos cinco melhores do mundo. Para se ter uma ideia do que se trata, só a remodelação da cozinha custou, no ano passado, cerca de um milhão de euros ao seu proprietário, Sergi Ferrer, um empresário do ramo farmacêutico, produtor na região catalã do Priorato (vinhos Ferrer Bobet) e grande admirador dos vinhos portugueses e do Douro.

O Monvínic é dirigido pela francesa Isabelle Brunet, uma das mais conceituadas sommelliers a trabalhar em Espanha. Foi sommellier no lendário el Bulli, de Ferran Adrià, onde Sergi Ferrer a foi buscar, pagando-lhe três anos de ordenado até o Monvínic abrir.  A troco de 50 euros, cerca de duas dezenas de catalães puderam provar 14 vinhos e ficar com uma melhor ideia do potencial e da diversidade vitivinícola de Portugal. A lista de vinhos em prova incluiu os brancos Humus 2014 Branco (Lisboa), Dominó Monte das Pratas Branco 2012 (Alentejo), Soalheiro 2009 e Quinta das Bágeiras Branco 2004 (Bairrada); os tintos Quinta do Infantado 2009 Rótulo Verde (Douro), Filipa Pato Nossa Calcário 2010 (Bairrada), Terras de Tavares Reserva 1997 (Dão), Quinta da Serradinha 1999 (Lisboa), Gouvyas Vinhas Velhas 2006 (Douro), Quinta do Mouro 2005 Rótulo Dourado (Alentejo), Quinta de Saes 2011 Estágio Prolongado (Dão) e António Madeira Moreish 2013 (Dão) e os fortificados Quinta do Infantado Porto Vintage 1997 e Barbeito Single Cask Verdelho 2000 (Madeira). Todos grandes vinhos, em especial o Bágeiras 1994 (um branco fabuloso já com 22 anos mas que ainda está vivíssimo, suportado numa grande acidez), o Nossa Calcário 2010 (um Baga muito profundo e mineral), o Terras de Tavares 1997 (com uma acidez volátil quase no limite do tolerável e uma grande austeridade, contundência e frescura), o Quinta do Mouro 2005 (potente, envolvente e espigado), o Quinta da Serradinha 1999 (um lote de Baga com 10% de branco e um vigor e uma raça tânica colossais) e o Quinta do Infantado Vintage 1997 (um vintage diferente, por levar menos álcool na fermentação, e que está no seu auge).  

Pelo meio ainda foi provado, como surpresa, o Gouvyas Branco 2010, um vinho selvagem com corpo e nervo de tinto. Mas o melhor ficou para o fim. Para retribuir a forma hospitaleira como diz ser sempre recebido quando vai a Portugal, Sergi Ferrer abriu um Madeira Pereira D’Oliveira Sercial 1862. Um vinho com 154 anos, de bouquet riquíssimo e uma frescura e salinidade deslumbrantes, que deixou toda a gente a salivar.

 

 

 

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