Fugas - Vinhos

Adriano Miranda

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Há vida para lá da Touriga Nacional

Se as vinhas velhas de Palmela são sobretudo de Castelão, já as centenárias vinhas do Douro escondem várias dezenas de castas diferentes, algumas delas desconhecidas até dos produtores que as cultivam. São essas vinhas que, na última década, têm fornecido matéria para diversas experiências vínicas com variedades de que só alguns ouviram falar. É o caso da Bastardo, nome pouco abonatório para uma casta que origina vinhos bem curiosos, como o produzido pela marca Conceito. Ou ainda o tinto Quinta de Cidrô da variedade Rufete e o rótulo Carvalhas feito de Tinta Francisca, ambos da Real Companhia Velha.

Mas não é apenas no Douro que se recuperam castas raras a partir de vinhas antigas. A quase desaparecida Tinta Grossa, outrora a casta tinta tradicional da sub-região da Vidigueira (Alentejo) recuperou recentemente a grandeza num vinho de Paulo Laureano.

Todas estas castas proporcionam ao apreciador internacional mais conhecedor, acostumado a néctares de todas as origens, uma experiência absolutamente única: beber um vinho de grande qualidade com aromas e sabores nunca antes experienciados. E isto é apenas o princípio. A arca do tesouro enterrada nas vinhas portuguesas ainda está por abrir e por explorar.

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