Fugas - Vinhos

  • Rui Gaudêncio
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Vítor Claro escolheu a vinha mais romântica

A verdade é que, diz Vítor, olhando a paisagem, “há uma coisa que vem destas vinhas para as garrafas que não vem de outras vinhas quaisquer”. Não é fácil de descrever. “É um bocadinho filosófico, muitas vezes não é uma coisa palpável, mas os grandes vinhos que tive a sorte de provar têm todos em comum alguma coisa parecida com isto. Os vinhos mais caros da história são feitos com vinhas mais velhas. Não acho que seja só filosofia ou acaso.”

Filosofia, lá estamos nós. Mas, afinal, ela esteve presente desde o início. Num texto em que fala do Dominó Tinto 2010, o primeiro que fez, Vítor conta que foi com um “grande Bordéus, de um grande ano”, que provou da primeira vez que foi jantar a casa de Dirk Niepoort, que a sua vida “mudou para sempre”. A partir daí cresceu nele a vontade de “perceber a célebre frase de Louis Pasteur ‘Uma garrafa de vinho tem mais filosofia do que todos os livros do mundo’”. Foi ela que o trouxe até aqui, à procura de respostas nas vinhas velhas da serra de São Mamede.

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