Assim, com o título em inglês, que está na moda e parece ter maior impacto, este bem podia ser o slogan para os vinhos das Caves São Domingos, um dos produtores mais consistentes da Bairrada e cuja actividade bem espelha o caminho de rejuvenescimento e qualidade crescente que são a imagem recente da região.
As caves fundadas em 1937 por Elpídio Martins Semedo, um visionário que acreditou na qualidade diferenciadora dos vinhos da região e no estágio e engarrafamento de espumantes, comemoram agora os seus 80 anos de actividade, e nada melhor que um espumante distintivo para assinalar a efeméride e homenagear o fundador.
E, tal como a generalidade dos produtores da região, foi grande a revolução na São Domingos depois do virar do século. Apesar do precioso legado inicial de Elpídio Semedo e do dinamismo vanguardista que foi depois trilhado por Lopo de Freitas, a partir dos anos 1970, o negócio ficou de pernas para o ar e o velho modelo do armazenista/engarrafador das caves da Bairrada caiu em desuso e foi ultrapassado pela atenção à produção, ao controlo da vinha e da uva, como caminho para os vinhos modernos e personalizados.
À riqueza das caves subterrâneas escavadas pelo fundador, onde repousa em permanência um património de 2,5 milhões de garrafas de espumante, Lopo de Freitas associou a visão de futuro ao avançar em 2006 para a instalação de um centro de vinificação e progressiva modernização das condições de adega.
Ao mesmo tempo, a São Domingos investiu em vinhas próprias, na plantação de novas castas e na associação de produtores, acompanhando e controlando a viticultura com finalidades adaptadas os vinhos que procura produzir. Decisiva para a qualidade dos espumantes é também a câmara de temperatura que foi instalada na adega, onde as uvas estabilizam durante 24 horas antes de serem encaminhadas para as prensas.
A par disso, também o trabalho de formiga da equipa de enologia coordenada por Susana Pinho e a moderna viticultura desenvolvida por César Almeida têm dado contributo decisivo para a qualidade e afinação dos vinhos da São Domingos, que bem evidencia os avanços das últimas colheitas.
Com a evolução e conhecimento acumulado sobre as diversas parcelas dos mais de 100 hectares de vinha sob controlo directo — 20 próprios e os 80 restantes de um grupo de produtores associados agora reduzidos a menos de 30 —, é possível agora estabelecer datas, parcelas ou castas a vindimar em função de objectivos específicos.
“É uma equipa que funciona em pleno. A enóloga vai para o campo com o viticultor e as decisões e objectivos são assumidos no terreno e com pleno conhecimento de causa. Deve ser caso único”, congratula-se César Almeida, perante o reconhecimento generalizado da crescente afinação dos vinhos. “Mas com a qualidade da Bairrada, o resultado é sempre excelente”, remata.
Identidade e carácter
É também por isso que nos vinhos das Caves São Domingos é cada vez mais notório esse carácter e identidade bairradinos. De frescura, profundidade e complexidade, independentemente de se tratar de castas típicas da região ou de outras latitudes. São, e isso é cada vez mais evidente, orgulhosamente produzidos na Bairrada.