Fugas - Fugas Com Astérix

A capa de

A capa de "Astérix e os Godos" © 2013 LES ÉDITIONS ALBERT RENÉ/GOSCINNY-UDERZO

«Astérix e os Godos» é o primeiro álbum da colecção «Astérix à Volta do Mundo»

A nova colecção do PÚBLICO leva-nos a viajar com Astérix e Obélix. Na Fugas online poderá também ir viajando sob o mote dos heróis gauleses

Uma invulgar actividade na fronteira entre a Gália e a Germânia (leia-se, entre a França e a Alemanha de hoje) marca de forma divertida – mas também muito dolorosa para o soldado romano fronteiriço – o enredo de Astérix e os Godos, primeiro álbum da nova colecção do PÚBLICO que começa a ser distribuída a 25 de Outubro.

Esta aventura, a terceira da série (argumento de René Goscinny e desenho de Albert Uderzo), foi publicada pela primeira vez na revista Pilote entre 18 de Maio de 1961 e 22 de Fevereiro de 1962 (números 82 a 122). O álbum que pôs a aventura à disposição de um público mais alargado só surgiria em 1964, com a astronómica tiragem, para a altura, de 15 mil exemplares.

Foi a primeira viagem de Astérix e Obélix ao estrangeiro e só por isso já se justificava plenamente a inclusão nesta colecção, que celebra precisamente as muitas deambulações dos dois heróis gauleses pelo mundo conhecido do seu tempo.

O humor, sempre presente com enorme acuidade em todas as histórias desta série, tira partido neste álbum do tradicional contencioso histórico entre os dois países europeus. Os gauleses e os diversos “bárbaros” invasores (godos do oeste ou visigodos; godos do leste ou ostrogodos, numa clara alusão à divisão alemã saída da guerra) que atravessam a fronteira entre os dois domínios dão azo a uma divertida sequência de equívocos diplomático-fronteiriços, com os gauleses a invadirem a Gália e os godos a entrarem na Germânia, perante a indiferença dos oficiais romanos no terreno.

No entanto, há quem tenha visto nesta paródia uma certeira metáfora sobre as nem sempre harmoniosos relações franco-alemãs. Recorde-se que na altura em que saiu esta aventura ainda estava bem viva a memória da Segunda Guerra Mundial, que arrasara os dois países menos de 20 anos antes. O presidente francês De Gaulle, por seu lado, tentava manter a França numa posição de liderança, entalada entre a Alemanha que começava a emergir como potência europeia, e os Estados Unidos, entidade tutelar da Europa Ocidental.

A história foi um êxito, que se prolonga até aos nossos dias. A componente militar e de espionagem do argumento revela-se eficaz. E os godos, com o seu aspecto abrutalhado, barba cerrada, grandes bigodes e capacetes pontiagudos – a lembrar os exércitos prussiano do século XIX e alemão do século XX –, divertem pelos seus disparates e comunicação em letras góticas nos balões.

Viagens pelo mundo

Astérix e os Godos leva os heróis criados por Goscinny e Uderzo até à Alemanha, mas este não é o único destino europeu da dupla. Nas próximas semanas, os leitores terão oportunidade de acompanhar os heróis até Roma (Astérix Gladiador e Os Louros de César), Londres (Astérix e os Bretões), Atenas (Astérix nos Jogos Olímpicos), Península Ibérica (Astérix na Hispânia), Suíça (Astérix entre os Helvécios), Córsega (Astérix na Córsega), Bélgica (Astérix entre os Belgas) e Escócia (Astérix entre os Pictos, a mais recente aventura da série, a lançar muito em breve a nível mundial).

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