A experiência de uma vida
Não sabemos como era antes, mas agora, 40 milhões de euros depois, entramos no Vidago Palace Hotel impressionados pelo exterior e seguimos impressionados corredores fora em tapetes fofos até entrarmos nos quartos. Há elementos originais, revela Rosário Pinto dos Santos, na estrutura arquitectónica e decorativa (peças retiradas e remontadas cuidadosamente) e até no mobiliário (não houve muito que tenha resistido ao tempo, o que há está em destaque ou habilmente disperso entre outras peças que recriam o princípio do século XX) - e isto vêse sobretudo nos espaços comuns do rés-do-chão, cheios de dourados e trabalhos em gesso, tectos altos e colunas grandiosas, lambris e rodapés rebuscados, estatuária e tapeçarias de Beiriz, mármores venezianos e nacionais.
O lobby tem um fausto inegável, mas não ostensivo; o salão nobre, sumptuoso e com os candeeiros que viram a abertura em 1910, será o espaço principal das refeições, com um pé direito que não acaba e é apenas interrompido no mezanino que é uma varanda a toda a volta; o chão está coberto por uma impressionante tapeçaria de Beiriz e portas-janelas varrem toda uma parede - acompanham, aliás, toda a fachada, dando para a "galeria", uma varanda onde cadeiras de verga se dispõem alinhadas como "antigamente".
Do outro lado do edifício, o corredor coberto com papel de parede Farrow & Ball, uma floresta exótica de cores quentes, conduznos até à sala de fumo, primeiro; ao bar, depois; para terminarmos na Sala Primavera, portas-janelas a três quartos e mais salão do que sala, mobiliário ecléctico no mesmo estilo Belle Époque, tecidos sumptuosos, cores quentes e ambiente lounge elegante - a abrir para um terraço lateral.
A sala dos pequenos-almoços é novamente grandiosa, também com mezanino (que neste momento expõe as pratas da casa, no futuro será a biblioteca) e sob uma enorme cúpula de vidro entre ferro forjado branco, proporciona refeições tranquilas e abundantes (desde compotas caseiras a ovos mexidos e bacon). E se formos à cave vemos a antiga boîte a transformar-se numa adega, para ser ponto de encontro mais informal (e aberto ao público) em torno do vinho e produtos regionais.
Subimos aos quartos (ou descemos - há quartos na "cave" com pátios privativos) para uma aventura - cada quarto é personalizado e aqui leva-se a ideia a sério: vamos de paredes vermelhas para azuis ou castanhas, por exemplo, pintadas ou com papel pintado; o mobiliário é uma recriação do antigo, feito à medida de cada espaço. As casas de banho são também assim, cheias de surpresas e com óbvios toques retro (e a louça sanitária tem o papel principal nessa ilusão). Não se esperem grandes dimensões nos quartos (70, incluindo as suites) e isso explica-se com os constrangimentos da arquitectura (as suites são bem maiores, e podem incluir sala de estar e sala de vestir) - mas espere-se um conforto inexcedível, em que a atmosfera é de outros tempos, mas o conforto totalmente actual.
Mas não deixamos o Vidago Palace Hotel sem espreitarmos o spa termal, que Siza Vieira desenhou nas traseiras - já não há balneário termal (e o antigo virou centro de congressos, com o esplendor passado visível em mármores e colunas dos espaços comuns), mas a água mineral que deu fama a estas paragens continua a ser usada.
- Nome
- Vidago Palace
- Local
- Chaves, Vidago, Parque de Vidago, Apartado 16
- Telefone
- 276990900
- Horarios
- e
- Website
- http://www.vidagopalace.com