Fugas - hotéis

Apartamentos de luxo à beira-ria plantados

Por Mara Gonçalves ,

No Real Marina Residence temos, por um lado, a intimidade e liberdade de um apartamento, sem descurar o conforto, o espaço ou as comodidades do dia-a-dia. Por outro, o resguardo do lotado Algarve veraneante, sem perder o mar de vista e a dois passos da ainda castiça cidade de Olhão.

Durante toda a estadia, a ria Formosa não nos sai da vista e ainda menos do coração, guiando-nos de manhã à noite, qual bússola da cidade a sinalizar o sul que durante todo o ano ansiámos almejar. É nela que o olhar ganha repouso a todo o instante, onde mergulham os pensamentos, os sonhos, os stresses do quotidiano. Acordamos e dá-nos os bons dias da varanda, encontramo-la nas vidraças do pequeno-almoço, na piscina do telhado, durante uma massagem relaxante no spa, no passeio de barco, na praia, na zona ribeirinha e até ao jantar na larga varanda do Real Marina Hotel & Spa, vizinho-irmão deste Residence. À noite, quando esperamos que o sono chegue debruçados à janela, é ela que nos embala com as suas luzes distantes, a música dos grilos por banda sonora. Este Real Marina Residence é antes de tudo puro descanso, com o extra de sabermos que a dois passos fica a agitação q.b. do centro da cidade e toda uma ria por explorar.

“Olhão era um destino desconhecido, mas foi uma boa aposta porque estamos no coração da ria Formosa, onde há canais na maré baixa com interessante fauna e flora, e numa cidade muito típica, cada vez mais difícil de encontrar no Algarve”, defende João Máximo, director-geral dos dois Real Marina. Hotel e apartamentos vivem lado a lado: num há quartos e todas as comodidades de um cinco estrelas, noutro apartamentos onde cabe a privacidade e o conforto de até oito pessoas (T3 com seis adultos e duas crianças). Um foi criado a pensar em casais e estadas profissionais, o outro para equipas de trabalho e sobretudo famílias ou grupos de amigos com os respectivos filhos, “uma grande fatia do mercado no Algarve”. Partilham a recepção (no Real Marina Hotel & Spa), mas tudo o resto é independente. Até a decoração, a cargo de Graça Viterbo, procura acentuar as diferenças. No hotel os quartos são sobretudo em tons de branco e azul, nas residências são as cores terra que imperam.

Ficamos num T1 (também existem T2 e T3) com mobiliário de linhas modernas e decoração de tons acinzentados, num estilo muito sóbrio e discreto. São poucos os elementos decorativos, mas espaço é coisa que não falta. Todas as divisões são amplas, desde o quarto com casa de banho privativa à cozinha totalmente equipada, à sala com zona de estar e de refeições, terminando na larga varanda com mesa e cadeiras de verga, onde passamos grande parte do serão aproveitando o ar quente algarvio. No terraço, um mimo: uma piscina para uso exclusivo dos hóspedes alojados nos apartamentos daquele edifício (são oito, no total, distribuídos por dois blocos de residências). É pequena e da água não se enche os olhos de ria como na vizinha hoteleira, mas haverá sempre uma espreguiçadeira ao dispor e muito terraço para banhos de sol, nomeadamente no patamar inferior, onde gozamos novamente da vista panorâmica sobre a Formosa. É dali que vamos mirando as águas calmas e os bancos de areia, tentando identificar os locais por onde passámos no passeio de barco do dia anterior.

Por volta das 12h chegámos ao cais de embarque para um dos Passeios Ria Formosa. “O mar hoje está flat [sem ondas], parece óleo”, assegurava o skipper Luís, enquanto ia ajudando os passageiros a entrar a bordo. Uma família de ingleses, um português emigrado na Suíça com a mulher e o filho pequeno e uma portuguesa na casa dos 50 com o namorado alemão. Somos 11 pessoas a bordo, mas Luís terá de se desdobrar em três, contando tudo o que sabe sobre a ria Formosa em inglês, francês e português (que depois ainda vai sendo traduzido para alemão). “É mais cansativo, mas faz-se”. E durante mais de quatro horas recebemos uma autêntica lição sobre as ilhas-barreira à medida que vamos cruzando cada recanto: as casas ilegais de pescadores na ilha do Coco; os viveiros de ostras francesas; a localidade de Hangares, nascida a partir das “instalações militares construídas durante a I Guerra Mundial quando submarinos alemães quiseram invadir a Europa a partir daqui”; o caíque Bom Sucesso, onde os “pescadores da região foram buscar o governador do Algarve fugido no Brasil durante as invasões napoleónicas”; a história do alto farol branco de ponta encarnada que dá nome àquela localidade da ilha; a deserta ilha da Barreta; a castiça Culatra e a veraneante Armona; a muita fauna e flora que habita estes canais. Pelo meio, um almoço de peixe fresco na primeira esplanada junto ao cais da Culatra, os olhos derramados no interior da ria.

Nome
Real Marina Residence
Local
Olhão, Olhão, Avenida 5 de Outubro
Telefone
289091300
Website
http://www.realmarinaresidence.realhotelsgroup.com
Música
Comercial
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