Normalmente certeira e avisada, a sabedoria popular ajuda-nos a desfiar o dia-a-dia. Por isso, desconfiamos quando a esmola é grande e tememos, muitas vezes, que o barato se torne caro. Mas é convicção da Fugas que não corremos grandes riscos no Basic Braga, um dos primeiros hotéis low cost do país, quase colado à estação de comboios da cidade.
O conceito é simples: prescindir do supérfluo para ficar com o essencial. Um modelo de sucesso mais do que comprovado na aviação comercial. E essencial aqui é uma boa localização, um quarto simples e um óptimo preço. Mais precisamente 25 euros por um quarto basic e 36 euros por um standard, independentemente de albergar uma ou duas pessoas. Os quartos têm todos casa de banho, telefone, ar condicionado, televisão e Internet wireless.
O pequeno-almoço não faz parte da diária, mas pode ser comprado à parte. Por 4,90 euros por pessoa come-se pão fresco de várias qualidades, croissant, fiambre e queijo, sumo, flocos e fruta. Para beber há café, chá e leite.
Apesar da simplicidade, o Basic Braga não poupa no bom gosto. A reconversão e decoração do espaço, uma antiga residência universitária propriedade da Rede Ferroviária Nacional, esteve a cargo do arquitecto Nuno Rodrigues, do gabinete Metrobox, com o apoio do arquitecto Rui Silva. O resultado é um hotel de linhas modernas e simples, com uma decoração ao estilo Ikea.
"No projecto usamos muito a metáfora", resume Nuno Rodrigues. Assim se explica o esqueleto de uma árvore que se funde com uma das paredes, mesmo junto à recepção, na entrada principal do Basic, marcada no exterior por um H gigante, oblíquo ao chão. "Mesmo aqui na estação havia uns banhos romanos e os romanos, quando faziam uma casa, plantavam na entrada um cipreste ou uma oliveira que queria dizer sejam bem-vindos", justifica Nuno Rodrigues.
Um outro H gigante marca uma entrada alternativa do hotel, a partir do interior da estação de comboios. Um elemento igualmente presente na porta de acesso ao parque de estacionamento subterrâneo, que fica por baixo do hotel.
Nos quartos salta à vista um outro apontamento: um conjunto de LED (um sistema de iluminação com um menor consumo eléctrico e uma maior durabilidade) que simula uma cabeceira da cama. "A inspiração veio das camas de dossel", explica o arquitecto.
A decoração, explica Nuno Rodrigues, esteve obviamente condicionada pelo espaço já existente e pelo conceito low cost, que limitou o orçamento da reconversão desta unidade hoteleira com seis andares, por onde se distribuem 145 quartos. Do total, 73 são basic (para uma ou duas pessoas), 60 standard (com capacidade para três pessoas) e ainda há 12 estúdios equipados com kitchenette (com espaço para quatro pessoas), que deverão estar disponíveis em breve.
Entre os quartos basic e os standard a diferença está no tamanho. Nenhum dispõe de armários, tendo o maior um varão para pendurar uma meia dúzia de cruzetas e o mais pequeno um gancho com menor capacidade.
A recepção está aberta 24 horas por dia, mas a exiguidade de recursos humanos condiciona os seus movimentos. Não é, por isso, de estranhar que se precisar de um cobertor para reforçar a cama, tenha que o ir buscar, como aconteceu com a Fugas. De sublinhar a boa localização do hotel, a uns minutos a pé do centro histórico de Braga, onde se podem visitar inúmeras igrejas e vestígios romanos, como o balneário pré-romano da estação, mesmo ali ao lado.
- Nome
- Basic Braga by Axis
- Local
- Braga, Maximinos, Largo da Estação - Maximinos
- Telefone
- 253148000
- Website
- http://www.basichotelbraga.com