Fugas - hotéis

  • Rui Gaudêncio
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Um lugar de paragem entre o xisto e o Alqueva

Com a construção da barragem do Alqueva, o castelo, localizado numa das propriedades da família de Diogo, ficou submerso. Por ser um monumento arqueológico, foi “ensacado” - coberto por uma pirâmide de milhares de sacos plásticos, cheios de areia, na esperança que, nos próximos cem anos, a água não o destrua. As memórias de Teodora Gonçalves também estão submersas. Todas elas. À noite ou de dia, sonha que percorre ruas, esquinas, cantinhos da Aldeia da Luz que hoje estão no fundo do rio Guadiana. Tem muitas saudades da antiga aldeia. “O difícil não foi sair. O difícil é não ter sido uma escolha. Muitos saem da terra onde nasceram mas sabem que quando quiserem podem voltar. É estranho. Nunca vou poder voltar à terra onde nasci. A nova aldeia vai ser de quem nasce aqui, mas não é minha. Tenho muitas saudades.”

Saímos de barco pelo rio Guadiana. Pagamos dez euros por pessoa para navegar durante uma hora e meia no maior lago artificial da Europa. O sonar da lancha mostra que a profundidade pode variar de três metros e meio até aos 50 metros - pelo menos no trecho que percorremos. Diogo Jordão mostra-nos o local onde o castelo deve estar debaixo de água. Tentamos imaginar. “Mergulhadores vêm aqui de vez em quando ver como está a situação”, explica, apontando para o fundo do lago.

Depois vemos ao longe o Museu da Luz e a nova Aldeia da Luz. Viemos para descansar, ficar à toa à beira da piscina, talvez andar até as margens do rio Guadiana e ver pelo caminho perdizes, grous, garças-reais, lebres... (como diz Inês, “a natureza aqui é generosa”). À noite, ouvir o canto das cigarras e grilos. Dormir no alpendre. Ler. Dar uma espreitadela no olival. Andar de bicicleta até ao Alqueva ou ainda passear de barco. Ir a Monsaraz. Com sorte, ver a raposa que visita o monte de vez em quando. Mas as memórias da Luz acabaram por nos envolver. Não foi bem uma decisão. Aconteceu. 

 

COMO IR
Seguir pela A2 depois A6 em direcção a Évora. Seguir as indicações para a N114 e depois N256 e N256-1 em direcção a Mourão, Reguengos de Monsaraz e Espanha. Na rotunda depois de Mourão, em direcção a Luz (na rotunda há uma placa a indicar o Monte Falperras). Seguir em frente por 3,5km até à entrada do Monte. GPS: 38º 20’ 28’’ N, 7º 20’ 16’’ W


ONDE COMER 

Adega Velha
Vale a pena ir ao sábado à noite, menos pela comida, mas pelo ambiente e pelos cantos alentejanos. Um prato dá para duas pessoas. As talhas de vinho espalhadas pelo restaurante e a parede repleta de rádios antigos são marcas registadas. 

Rua Doutor Joaquim Vasconcelos Gusmão, 13
7240-255 Mourão
Tel: 266 586 443

Sabores de Monsaraz
Os medalhões de porco preto (a carne desmancha-se) e as migas de bacalhau são as especialidades da casa gerida pela cozinheira D. Isabel. Um prato é suficiente para duas pessoas. Não faltam para a sobremesa o arroz doce e o bolo rançoso. O difícil é fazer qualquer passeio depois de almoçar. A personalidade de D. Isabel é um dos atractivos. É bom seguir as sugestões da determinada alentejana que, com um sorriso no lábios, resume o que pensa: “ O restaurante não é meu, os clientes é que são meus.” Se puder ficar perto de uma das janelas, melhor. A vista do restaurante, que fica fora das muralhas de Monsaraz, é imperdível.

Nome
Monte das Falperras
Local
Mourão, Luz, Monte das Falperras, Luz, Mourão
Telefone
966420695
Website
http://www.montefalperras.com
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