Fugas - hotéis

  • Enric Vives-Rubio
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Como uma janela aberta para Lisboa

Mas se tudo parece conduzir-nos para fora, o certo é que há muito também para descobrir, detalhe a detalhe, por dentro. O Memmo Alfama – o segundo hotel da cadeia Memmo, nascida em Sagres com o Baleeira e que, em breve, deverá também estrear-se no Príncipe Real – celebrou um ano em Setembro e tem dado nas vistas. O boutique hotel, com apenas 42 quartos, ergueu-se a partir de três velhos edifícios que “estavam a cair”, como nos conta o director desta unidade hoteleira, Paulo Duarte. A história destas “ruínas” passa de palácio de outros tempos ao edifício principal datado do séc. XIX – foi fábrica de graxa e vila operária. O projecto do hotel demoraria seis anos, passando por uma reconstrução que pretendeu manter as fachadas originais, procurando o conjunto atingir a integração total na tradição e história do bairro. “A primeira grande intervenção contemporânea no centro histórico” de Alfama, resumiria o seu arquitecto, Samuel Torres de Carvalho, que co-assina os interiores com João Corrêa Nunes.

Aproveitando detalhes das construções originais, reconstruindo por completo outras áreas ou mesmo apelando às várias histórias e vivências do espaço, o Memmo Alfama oferece-nos uma estadia “em casa”, embora, claro, com um luxo e comodidades hoteleiras contemporâneas. E tudo numa perspectiva que, como nos diz Paulo Duarte, quer dar ao hóspede uma “experiência autêntica” da cidade. Para tal, muito contribui, sublinha, a dimensão do hotel que, ao contrário de grandes cadeias, consegue uma maior “proximidade com os clientes”. Até utilizando “pequenos gestos” que, de facto, têm o seu quê de sedução. Seja uma sacola de correio no quarto onde se inclui uma lista com dicas e sugestões actualizadas sobre Lisboa e o bairro (“quase como sugestões de um amigo”), seja na oferta de um caderninho e lápis personalizados com o convite a desenhar e deixar mensagens (que são depois expostas num grande quadro no corredor de entrada do hotel, e há muitas por lá, de eléctricos a Pessoa, do fado ao rio e casario, entre mensagens elogiosas e saudades). E, até, com a oferta de visitas guiadas (que são mesmo gratuitas) pelo bairro, que nem são bem um “tour turístico”. A ideia é os clientes saberem “onde estão e por onde vão, conhecerem o bairro”. Até porque 95% dos clientes são estrangeiros. “É uma forma de abrir aos hóspedes o labirinto de Alfama. Vamos com eles e damos dicas tipo ‘há ali aquela escadinha, se gosta de fado, tem ali um bom sítio para jantar’.”, diz-nos Paulo.

Pelo Memmo, descobrem-se outros mimos para nos sentirmos em casa. Se na sala de estar há biblioteca – e podem tirar-se livros para ler e levar, até participar na troca de obras, deixando uma; ali ao lado há também um frigorífico sempre disponível para apanhar um snack a qualquer hora (no tempo do pequeno-almoço é onde também cada um pode ir buscar o seu sumo natural em garrafinhas antigas). Já num antigo forno, tornado espaço histórico e zona íntima, há uma Lisbon Story, melhor, várias “histórias de Lisboa”: é local dedicado à cidade, com livros, quadros, guias e materiais com informações locais.

Nome
Memmo Alfama
Local
Lisboa, Castelo, Travessa das Merceeiras, 27
Telefone
210495660
Website
http://www.memmoalfama.com/
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