Fugas - hotéis

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Vamos ao hotel beber um copo?

Por Carla B. Ribeiro ,

Um hotel quer-se um local tranquilo onde possamos relaxar. Ou será muito pelo contrário? No caso da recente aposta da cadeia Sana, com o lançamento da linha Evolution, um hotel é mais que isso — é também algo em constante transformação. E, no caso da unidade lisboeta, um ponto de encontro no centro da cidade.

Não seria difícil enganarmo-nos na porta não fosse a arquitectura do edifício, de linhas desencontradas, tão distinta, com aquilo que aparenta ser uma mão gigante a amparar parte da estrutura — e que tanto lhe granjeia rasgados elogios como cerradas críticas, e, em ambos os casos, muita publicidade gratuita pelas redes sociais. É que há certas noites em que a afluência ao lobby e ao passeio junto à entrada, em plena Praça do Saldanha, Lisboa, é tal que não nos passaria pela cabeça estarmos junto a um hotel.

A típica “música ambiente de elevador” é frequentemente substituída pelas batidas de um DJ que, assumindo o posto de controlo, colocado no deck superior do amplo lobby, vai debitando sonoridades fortes que servem de acompanhamento a um corrupio de bebidas mais ou menos espirituosas. À porta, um dos funcionários, em vez de controlar as entradas, vai oferecendo um aperitivo que serve de chamariz ao menu proposto num buffet apelativo e, no caso da noite em que por lá passámos, repleto a referências e sabores asiáticos.

O ambiente é festivo e, apesar de começar logo ao fim da tarde, a pensar em quem sai do trabalho e não quer ir para casa sem antes usufruir de um momento de pausa, prolonga-se noite dentro, com um público pronto para sair dali e continuar a dançar. 

Já no nosso caso, antes de nos deixarmos embrenhar no ambiente efusivo, passamos ligeiramente ao lado da festa para fazer check-in e assim conseguir deixar a mala no quarto. Mas voltamos a enfrentar a diferença quando nos propõem que realizemos o nosso próprio check-in, numas máquinas muito semelhantes a um self check-in de um qualquer aeroporto. Um aborrecimento para quem ou não se quer dar ao trabalho ou para quem gosta dos dois dedos de conversa ao balcão. Por outro lado, uma mais-valia para quem chega demasiado cansado para trocas de sorrisos e quer entrar no quarto o mais depressa possível — o registo de saída também pode ser feito pelos próprios.

Mas o estilo futurista — ou pelo menos aquilo que a cadeia vislumbra como um possível futuro — não se fica por aqui. Tudo o que se possa imaginar de nova tecnologia está presente em algum recanto deste hotel. Como nos quartos, onde não faltam ligações multimédia e onde tudo é controlável à distância de um clique, seja via comando, seja no ecrã do televisor instalado de frente para a cama ou até no próprio telemóvel após o download de uma app específica. 

E o que se pode controlar? Iluminação, som, cortinas, ambiente... Tudo o que for necessário para que o quarto, que pode ser reservado em tons laranja ou azul, se torne um bocadinho menos impessoal e ligeiramente mais nosso. É que, concebidos como espaços totalmente abertos, quer os Cool quer os Super Cool, que se distinguem pelas dimensões e pelo facto de os segundos terem um espaço de estar incluído, os quartos parecem saídos de um filme de ficção científica. Até as cabines de duche e de WC foram pensadas com algum tipo de ligação ao futuro, apresentando-se na forma cilíndrica de cápsulas de vidro que poderiam servir para teletransportar um Mr. Spock e um Comandante Kirk para uma galáxia distante. Mas se, no caso do duche, a cabine funciona, no caso do WC o lugar pode tornar-se muito desconfortável e teria sido preferível manter este espaço mais reservado.

Mas se olharmos para o quarto como um todo é garantido que há privacidade. Fruto de um excelente trabalho de insonorização. Lembram-se de as festas não acabarem cedo? Já passava da uma da madrugada quando nos recolhemos e, pelo bar, o ambiente, embora com apenas uma dezenas de convivas, permanecia animado e a música ainda ecoava pelos corredores dos nove pisos da unidade. Mas assim que a porta do quarto se fechou, silêncio absoluto. E nem um leve zumbido nos perturbaria a boa noite de sono potenciada por um colchão desenhado e já patenteado pelo grupo hoteleiro, sendo fabricado pela marca portuguesa Mindol. Isto apesar de estarmos numa das mais movimentadas zonas da cidade. Como pudemos comprovar através do vidro que nos dá uma privilegiada vista sobre a praça: lá fora o caos de uma manhã de sexta-feira; cá dentro, a calma é assegurada pelo silêncio, pelas linhas suaves e pela imensidão do branco, apenas manchado por uma parede e alguns apontamentos em laranja.

Muito menos reservado é todo o resto do hotel. Com um sistema de video-vigilância de última geração e quase uma centena de câmaras espalhadas por todos os recantos, a ideia da gerência não é tanto a de bisbilhotar o dia-a-dia dos seus hóspedes, mas antes garantir que todos estão em segurança. “Com um bar e um ginásio com piscina abertos 24 horas por dia, todos os cuidados são poucos”, explica-nos João Figueira, o director da unidade. É que não é assim tão incomum alguém decidir levar a festa do piso térreo para a piscina localizada no último andar... 

Mas, sendo este o primeiro Evolution - erigido a partir de projecto assinado pelo atelier de Nuno Leónidas -, há que dar vida a um conceito criado para estar em permanente evolução e que tem pretensões de se intercionalizar. E já há mais unidades semelhantes na forja, como em Casablanca, Marrocos. Mas numa coisa não deverá haver grandes evoluções: o grupo insiste em manter o ambiente simpático e informal. 

“Por exemplo, o hotel dispõe de Wi-fi gratuito e sem senha de acesso”, explica Figueira, “e por isso não é incomum durante o dia as mesas, com tomadas eléctricas, encherem-se de gente com o seu portátil ou tablet que vem cá beber apenas um café ou uma água e acaba por ficar várias horas.” E resume: “Não são grandes clientes mas são muito bem-vindos.” É que se por um lado esta permanência não dá frutos directos na caixa registadora, por outro “dá vida ao hotel”. E a vida inicia-se logo bem cedo, com os hóspedes a chegarem para o pequeno-almoço e a juntarem-se a quem só cá vem mesmo para comer: a primeira refeição do dia é um variado e vasto buffet, com opções frias e quentes, saudáveis ou ultracalóricas, e tem um custo fixo de 11€ (ao almoço e ao jantar o serviço tem um custo de 14€ por pessoa, não incluindo bebidas). Por isso, é procurado regularmente por quem trabalha nas redondezas e começa ali o seu dia. Até porque as facilidades existentes permitem ir adiantando trabalho antes de se sentar atrás da secretária de um qualquer escritório — além do acesso à Internet, há ainda o espaço iMac Corner. E depois de quase 24 horas em modo Evolution, podemos subscrever a declaração de João Figueira: “Por aqui há sempre movimento, a toda e qualquer hora.” 

A Fugas esteve alojada a convite do Evolution Lisboa

Nome
Evolution Lisboa
Local
Lisboa, São Jorge de Arroios, Praça do Duque de Saldanha, 4
Telefone
211 590 200
Website
http://evolution-hotels.com/
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