Cada yurt tem o nome de um rio português — “queríamos uma coisa de cá” e “é prático porque é fácil dizê-los noutras línguas” — e uma cor dominante na decoração: o verde pinta a Douro (onde ficámos), enquanto a Tejo enche-se de azul, a Lima de tons laranja e a Minho de lilás. No interior, todas as comodidades de um quarto moderno, onde se destaca uma vez mais a decoração simples, com apontamentos tradicionais e românticos. Em cada uma, três coloridos passarinhos de pano empoleiram-se num ramo para embalar os sonos (o que pode quase tornar-se literal, como aconteceu connosco: um mocho decidiu cantar ao início da noite; algo já habitual, tinham-nos avisado). No entanto, o que salta imediatamente à vista mal entramos em cada tenda é o sol que enfeita o tecto, com raios de madeira e, ao centro, uma enorme e redonda janela para as estrelas.
A ligação à natureza envolvente é permanente e é esse o objectivo último dos proprietários: que quem cá venha se desligue do quotidiano e das tecnologias para recarregar energias no contacto com a natureza, num ambiente onde impera a tranquilidade e o silêncio típicos da vida no campo. Ficar a ler no terraço, mergulhar na piscina, caminhar pela propriedade ou pedalar nas redondezas, fazer uma massagem ou uma aula de pilates, quem sabe até um fim-de-semana detox ou um workshop de cozinha saudável com os produtos que nascerão na horta da quinta são algumas das actividades propostas. Não há televisão, mas existe wi-fi e na mesa-de-cabeceira de cada yurt encontra-se um jogo tradicional (no nosso tínhamos uma caixinha de madeira com o ludo). Na sala de convívio descobrimos também um baralho de cartas.
“Como estou a trabalhar neste projecto a 100%, [o conceito] é também um bocadinho de mim e de como estou agora, daquilo de que gosto”, diz Florence, adepta da alimentação saudável, da agricultura biológica e do ioga. Por isso, a componente do bem-estar tornou-se um segundo pilar fundamental do conceito da Quinta M, que continuará a ser explorado e potenciado com a construção de um novo edifício, que ficará junto à vinha que se planta por estes dias e que terá uma sala de tratamentos e outra para aulas em grupo (deverá estar concluído antes do Verão).
Sempre com “espontaneidade e simplicidade”, num serviço familiar e personalizado. “Só temos quatro yurts e não queremos mais porque a ideia é mesmo ficar uma coisa pequena para receber os clientes de uma certa maneira, dar atenção aos pormenores”, conta. “Os hóspedes têm saído daqui quase como amigos”, diz Florence, sorridente. “Fiz isto nesse sentido mas não estava à espera de o conseguir tão bem e essa é a maior recompensa porque, no final, é esse o objectivo: que se sintam em casa.”
Informações
Como ir
Siga para a A1 e saia pela A23 em direcção a Abrantes/Castelo Branco/Torres Novas e, logo de seguida, no sentido Alcanena/Minde. Siga as indicações para Santarém e, depois, para Casével. A partir daqui já deverá encontrar placas a sinalizar o caminho para a Quinta M — se não, em Casével, continue pela Rua Luís de Camões até desembocar na EM567. Mantenha-se nesta estrada municipal durante aproximadamente um quilómetro até encontrar um cruzamento. Vire à esquerda e depois à direita. Os portões da unidade de turismo deverão surgir à sua direita.
- Nome
- Quinta M
- Local
- Santarém, Casével, Casal da Avó, Várzea de Baixo
- Telefone
- 243448206