Fugas - viagens

  • O veleiro <i>Babilé</i> vai ser a casa de João Liberato e Natali Santos nos próximos três anos
    O veleiro Babilé vai ser a casa de João Liberato e Natali Santos nos próximos três anos
  • <i>Babilé</i>
    Babilé
  • <i>Babilé</i>
    Babilé
  • Natali Santos aos comando do <i>Babilé</i>
    Natali Santos aos comando do Babilé
  • Um dos objectivos da aventura passa por levar a Vela Solidária aos quatro cantos do globo
    Um dos objectivos da aventura passa por levar a Vela Solidária aos quatro cantos do globo
  • João Liberato dá os últimos retoques ao <i>Babilé</i>
    João Liberato dá os últimos retoques ao Babilé
  • A dupla de aventureiros João Liberato e Natali Santos
    A dupla de aventureiros João Liberato e Natali Santos
  • Marina do Mindelo
    Marina do Mindelo
  • Ponta do Sol
    Ponta do Sol
  • Praia da Laginha, Mindelo
    Praia da Laginha, Mindelo
  • Cueva de los Verdes, Canárias
    Cueva de los Verdes, Canárias

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Uma dupla lusófona anda a correr o mundo em veleiro

“Se as condições estiverem favoráveis, que em princípio no início de Janeiro sempre temos, devemos agora levar 20 dias até à Fernando de Noronha, que será a nossa primeira paragem no Brasil”, avançam. Depois de passarem por várias zonas do país, incluindo Santos, a cidade de Natali, o casal espera subir o Atlântico e atravessar o canal do Panamá até às Ilhas Galápagos, antes dos 40 dias de mar que os separarão da Polinésia Francesa, o destino mais aguardado.

“É um paraíso para quem tem um veleiro e gosta desta vida de estar ancorado e tomar banho de mar”, explica Natali. João pormenoriza o cenário idílico: “Ilhas de areia branca, coqueiros, bom tempo na medida certa, água quente, peixe…”. “Pensando num país tropical e num sítio para se parar, descansar e desfrutar da beleza natural, a Polinésia Francesa é sem dúvida o país que mais nos estimula”, conclui.

Depois de algum tempo no “paraíso dos velejadores” contam fazer uma paragem na Nova Zelândia para “esperar que passe a época dos furacões no Pacífico”, rumar ao Norte da Austrália, talvez passar por Timor-Leste e parar nas Ilhas Cocos (Keeling) antes de voltar ao continente africano, com possíveis paragens em Madagáscar, Moçambique, Ilha de Santa Helena e Cabo Verde. A última paragem deverá ser num dos arquipélagos portugueses e ancorar o fim da odisseia no regresso a Portimão.

O objectivo do casal, ambos de 29 anos, não é apenas navegar o mundo, mas sobretudo ir ancorando temporadas por diversos países, para conhecer “lugares, pessoas, culturas e gastronomias diferentes”. E levar a Vela Solidária aos quatro cantos do globo. A dupla de velejadores aceitou associar-se à iniciativa da associação Teia d’Impulsos para levar o conceito da Vela Solidária a outras partes do mundo, que procura mostrar os benefícios desta prática desportiva junto das populações mais desfavorecidas.

No final da odisseia, esperam “olhar para tudo de uma maneira muito diferente da que olhavam antes de sair de Portugal”. “Acho que, em termos profissionais, vai ser muito difícil voltar à carreira que tinha antes”, confessa João, antevendo também uma maior valorização das coisas simples da vida. “Aqui não temos televisão, não temos a pressão de um trabalho todos os dias, já vamos dando valor a outras coisas mais pequeninas, como tomar um banho de água quente, comer pão fresco ou comida feita no forno”, enumera.

Uma aprendizagem que continuará a ser feita nos próximos três anos ou “até quando as saudades deixarem”. “É um ponto muito difícil, porque quer queiramos quer não vai chegar uma altura em que vamos ter saudades da casa que não temos, da nossa família e das coisas da nossa cultura”, confessam. Até lá, a aventura pode ir sendo seguida via Facebook.

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