Fugas - dicas dos leitores

Boa Vista, onde a pressa não entra

Por Ana Paula Oliveira

Na Boa Vista de Cabo Verde, Ana Paula Oliveira maravilhou-se com a "magia" da ilha e faz-nos um relato poético dos seus dias.

É a magia...

...dos dias de calor mesmo quando chove; da alegria e do ritmo nos corpos de chocolate;
da autenticidade de um povo hospitaleiro e genuíno, apesar da vida agreste;
da adrenalina que sobe à medida que as moto 4 agridem a areia e avassalam as dunas;
de uma paisagem lunar quando, do alto das dunas, se avistam quilómetros de praia branca;
do marulhar de um mar que não se quer cansar e traz ondas folionas;
da nuvem teimosa que não foi convidada mas vem e molha quem brinca na areia;
dos ventos alísios, brincalhões;
do sol que se deita e convida a um mergulho nas águas tépidas do mar que o acolhe e se torna dourado;
do dia que acaba e da noite que vem vestida de festa;
do jantar engolido porque a festa já está à espera;
dos paladares da cachupa e da lagosta;
das noites animadas, aquecidas pelo grogue e pela música que se começa a ouvir mal chegam as primeiras sombras;
das músicas de ritmos diferentes: lento e quente das mornas; enérgico do kuduro; sensual do funaná;
dos corpos molhados, moldados pelas t-shirts suadas;
das estrelas que dão brilho à noite escura;
da morabeza distribuída gratuitamente;
da Boa Vista, ilha num arquipélago onde a pressa não entra.

Porque, em Cabo Verde, no stress!

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