Assim, a mais antiga mancha destas árvores existente no Líbano, a floresta dos cedros de Deus próximo de Bcharré, era para mim local de passagem obrigatória quando visitei o país em 2010. Cheguei aí à boleia partindo de Baalbek, cidade bastião do Hezbolla e onde os romanos edificaram alguns dos mais impressionantes templos aos seus deuses.
A Bcharré no entanto, não chega o pregão das mesquitas que dominam o país: a população é praticamente toda cristã. A rudez do terreno abrigou durante séculos a comunidade que se refugiou no quase impenetrável vale de Qadisha, o vale sagrado, que começa mais abaixo.
Uma sensação de isolamento do mundo invade-nos quando se inicia a descida. Agora há uma estrada até ao início do vale, mas indo a pé pode-se atalhar por um carreiro. Depois, só mesmo as pernas nos valem.
Os mosteiros e ermidas sucedem-se intercalados com pequenas casas de pedra que contrastam com as luxuosas moradias, que nos primeiros metros ainda se conseguem vislumbrar lá em cima.
Depois, o tempo pára e só os cânticos e orações quebram o silêncio à sombra das majestosas árvores.
Um dos textos vencedores do passatempo Fuga Divinal, promovido pela Fugas e pela editora Lua de Papel O leitor foi premiado com um exemplar do novo livro de Eric Weiner, "Uma Viagem pelo Mundo à Procura de Deus".