Fugas - dicas dos leitores

  • David Samuel Santos
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A floresta dos Cedros de Deus

Por David Samuel Santos

Nenhuma árvore no mundo tem um currículo tão invejável como o Cedro do Líbano. A sua madeira aromática e homogénea foi usada na construção de templos e embarcações, múmias e rituais religiosos.

Assim, a mais antiga mancha destas árvores existente no Líbano, a floresta dos cedros de Deus próximo de Bcharré, era para mim local de passagem obrigatória quando visitei o país em 2010. Cheguei aí à boleia partindo de Baalbek, cidade bastião do Hezbolla e onde os romanos edificaram alguns dos mais impressionantes templos aos seus deuses.

A Bcharré no entanto, não chega o pregão das mesquitas que dominam o país: a população é praticamente toda cristã. A rudez do terreno abrigou durante séculos a comunidade que se refugiou no quase impenetrável vale de Qadisha, o vale sagrado, que começa mais abaixo.

Uma sensação de isolamento do mundo invade-nos quando se inicia a descida. Agora há uma estrada até ao início do vale, mas indo a pé pode-se atalhar por um carreiro. Depois, só mesmo as pernas nos valem.

Os mosteiros e ermidas sucedem-se intercalados com pequenas casas de pedra que contrastam com as luxuosas moradias, que nos primeiros metros ainda se conseguem vislumbrar lá em cima.

Depois, o tempo pára e só os cânticos e orações quebram o silêncio à sombra das majestosas árvores. 

 
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Um dos textos vencedores do passatempo Fuga Divinal, promovido pela Fugas e pela editora Lua de Papel  O leitor foi premiado com um exemplar do novo livro de Eric Weiner, "Uma Viagem pelo Mundo à Procura de Deus".

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