Continuamos a ouvir o som de fundo com palavras alemãs proferidas por imaginários militares da Gestapo. Achtung! Achtung! Juden! Ouve-se o ranger de portas abertas pela força, gritos. Pessoas levadas aos gritos. Descemos ao café do Museu e de pois à livraria.
Tive a felicidade de ainda poder ver o diário original de Anne Frank, do qual uma cópia do mesmo se tratou logo ali de adquirir. E, pasme-se, em versão portuguesa.
Tudo na casa exala melancolia. Tristeza. Solidão. O seu diário chegaria vivo aos nossos dias, mas não pela mão de Anne Frank. Esta, depois de descoberta pela Gestapo, acabaria por ser deportada para o campo de concentração nazi de Bergen-Belsen onde, mais tarde, morreria de tifo.
No regresso a casa senti-me um pouco mais vazio. Não consigo esquecer Anne Frank. Que no legado nos deixou transmitiu uma dura realidade: um dia estaremos sozinhos. Com os nossos fantasmas. E aí teremos de viver com eles.