A realidade é que esta cidade fascina-me não pelas atracções que oferece aos estrangeiros, não pelas passadeiras que não são respeitadas e que por isso temos que nos lançar numa tentativa de atravessar a estrada sem medo de sermos atropelados, não pela sinfonia de buzinas que são ouvidas o dia inteiro, não pelas máscaras de rosto que protegem contra a poluição e que variam de moda como os sapatos em Portugal, não pelo caos que se vive diariamente, mas sim pelo choque cultural.
Aqui, as ruas têm vida própria. Há cheiros e sons que incomodam, há becos que se abrem no meio de prédios estreitos e degradados e que ao fundo vão dar à casa das pessoas que se sentam à porta a venderem o que puderem, há crianças de sorriso no rosto que brincam descalças na rua e nos acenam com hello nos lábios quando nos vêem, há pobreza, muita, mas há também qualquer outra coisa que eu não sei explicar.
Talvez seja porque é a primeira cidade que estou a pisar do outro lado do mundo, talvez não, não sei, mas sei que vou continuar esta viagem por algum tempo e que, da proxima vez, estarei a escrever sobre Halong bay.