Com um pouco mais de um milhão de habitantes, não difere de qualquer outra grande cidade do continente norte-americano. Apresenta enormes edifícios concentrados na downtown e zonas residenciais com casas unifamiliares e edifícios de média dimensão a espalharem-se por quilómetros em redor.
Calgary estava em festa. Decorria um dos eventos mais famosos do Canadá, o Calgary Stampede, para o qual tínhamos comprado ingresso, ainda em Portugal, que nos permitiu viver o espectáculo durante dois dias. De bilhetes na mão, lá entrámos para o enorme recinto ao ar livre, semelhante àqueles que existem para corridas de cavalos. O evento abriu oficialmente com a presença do mayor da cidade acompanhado pelo chefe da comunidade índia vestido a rigor.
Assistimos ao tradicional rodeio, a corridas de carroças miniatura e provas de montaria que nos remeteram para os velhos filmes do Oeste americano. A festa não se ficou por aí. Se durante o dia decorreram as provas ligadas ao gado, à noite exibiram-se numerosas bandas filarmónicas daquelas tipicamente americanas, compostas por um elevado número de elementos que tocavam enquanto executavam complexas coreografias, acompanhadas de mudanças rápidas de cenários.
Em toda a cidade, não me lembro de ter visto alguém sem o típico chapéu na cabeça. Frequentemente nos cruzámos com famílias trajadas a rigor, acabadinhas de sair de uma série televisiva do tipo Dallas. Era o que parecia. Botas de montar ricamente adornadas, coletes com franjas ou bordados, cintos de enormes fivelas chapeadas em prata. As calças de ganga e camisas de xadrez eram aqui rainhas e toda esta multidão festiva se deslocava em grande animação pelas ruas emolduradas por montras exibindo pinturas alusivas à vida dos cowboys. O índios também não ficaram sem a sua participação. Foi possível visitar as suas típicas casas, as famosas tendas de forma cónica, expostas num enorme recinto.
Um pouco mais longe da cidade e do centro da festa, fica o Heritage Park Historic Village. Um conceito de parque museu que nos transportou para o mundo americano do séc. XVIII a inícios do séc. XX. Habitações de madeira destas épocas recolhidas de outros locais foram ali recolocadas, permitindo recriar uma pequena cidade com o seu banco, padaria onde foi possível comprar pão e bolos e degustá-los no inevitável saloon.
Uma loja antiga, os estábulos, a ferraria onde o ferreiro executava pequenos trabalhos, o cárcere, etc. bem como a deslocação pelas ruas dos funcionários do museu em veículos da época, ajudaram a dar a credibilidade necessária. A extensão do museu permite a deslocação de uma ponta a outra num comboio a vapor, verdadeiro. Todos os funcionários, cada um nas suas funções, se apresentavam trajados com roupas da época, incluindo o chefe da estação.
Para tornar ainda mais real toda a encenação e recriação dos ambientes dos séculos passados, fomos surpreendidos com uma numerosa família Amish no seu peculiar traje, antiquado, que os caracteriza e diferencia no mundo de hoje. Não eram, de modo algum, figurantes, eram simplesmente turistas. Voltámos a encontrar outras famílias noutras cidades do Canadá.