Fugas - hotéis

  • DR
  • DR
  • DR
  • DR

Palácio Tangará: o hotel mais luxuoso de São Paulo é inaugurado quarta-feira

Por Andreia Marques Pereira

Entre Mata Atlântica e arquitectura paisagística de Burle Marx, abre quarta-feira o hotel a que a imprensa brasileira já atribui “seis” estrelas. O Palácio Tangará fica no bairro do Panamby, pertence à Oetker Collection e os preços variam entre os 455 e os 11 mil euros por noite.

A inauguração é apenas amanhã, mas a imprensa brasileira não poupa nos encómios e chama ao hotel Palácio Tangará o primeiro “seis estrelas” do país. Não é seis estrelas porque estas não existem; é, como as restantes propriedades da Oetker Collection, um cinco estrelas, onde o luxo é evidente, mas também se respira nos pormenores. Por isso, aliás, o símbolo deste grupo é um colar de pérolas, “pois cada uma é singular, na sua beleza e qualidade” – o Palácio Tangará é a nona “pérola” deste grupo cujos hotéis são conhecidos como “Masterpiece Hotels”, “obras-primas” que se mantêm fiéis à matriz europeia original e prometem um serviço de alta qualidade em espaços de arquitectura excepcional e decoração de interiores cuidada com atenção ao mínimo detalhe.

A Fugas teve direito a uma rápida visita de antecipação durante a cerimónia de abertura da Travelweek São Paulo, feira de viagens de luxo, que aqui decorreu, numa espécie de preparação para a grande abertura ao público. Um público que se espera ser de negócios durante a semana e de famílias ao fim-de-semana para um hotel que também ambiciona ajudar a construir a imagem de São Paulo como destino de lazer, cultura, compras e gastronomia, ao invés de apenas de negócios.

 Afinal, há de tudo neste hotel com 141 quartos-apartamentos, onde 59 são suítes – na verdade, são 13 as categorias de alojamento de vão desde a deluxe junior suite ou o apartamento deluxe às suites prestige, presidential e royal, que representam áreas que vão desse os 48 m2 os 630 m2 (280 m2 interno e 250 m2 externo) e têm “cara de casa, não de hotel”, dizem os designers, da Bick Simonato, e a arquitecta Patricia Anastassiadis.

E há sobretudo uma localização privilegiada junto do Parque Burle Marx, jardim projectado pelo paisagista Roberto Burle Marx, reconhecido mundialmente e responsável por espaços públicos como o parque do Aterro do Flamengo e a calçada da Avenida Atlântica, ambos no Rio de Janeiro, e os jardins do Palácio do Itamaraty, em Brasília. Aqui, no bairro do Panamby (nos arredores da famosa favela de Paraisópolis), 138 mil metros quadrados estão desenhados com vegetação característica da Mata Atlântica e espelhos de água que são habitat para espécies exóticas de pássaros (se calhar nenhum tão exótico como o tangará da Amazónia, pássaro multicolorido que dá o nome ao hotel: dois tangarás estilizados desenham a borboleta que é o seu logótipo e que representa o nome do bairro – Panamby significa “rio de borboletas” em tupi). Todos os quartos têm vista para este oásis na “selva de concreto” paulista.

Há uma alameda de palmeiras que nos conduz até à entrada do hotel, um edifício branco, maciço, que começou a ser construído em 1999, já para hotel, numa propriedade que outrora era privada – e o agora parque foi construído como jardim para esta, a Chácara Tangará, presente de um magnata para a sua noiva na década de 1940. Quando o casal se separou, tudo ficou intocado até que, nos anos de 1990, a riqueza vegetal, a floresta nativa e os elementos do projecto de Burble Marx impulsionaram a sua transformação em parque. O primeiro projecto de hotel, na altura já promovido como o hotel mais luxuoso da cidade e talvez do Brasil, foi suspenso em 2002, quando os promotores abriram falência. E durante 12 anos foi um elefante branco na orla do parque. Até que se retomou o projecto, em 2014.

--%>