Fugas - Motores

Um apartamento sobre rodas

Por João Palma

É um monovolume? É um SUV? É um crossover? Uma grande berlina com maior altura ao solo? O Espace, um veículo de cinco ou sete lugares, com acabamentos e equipamentos de nível premium, motores potentes, pode ser isso tudo ou algo diferente.

A Renault olha para cima com a quinta geração do Espace, um veículo do segmento D com quase cinco metros de comprimento (4,86m) de cinco ou sete lugares, materiais e acabamentos requintados, novos e sofisticados equipamentos (em especial no nível Initiale Paris) e duas variantes do bloco 1.6 diesel, com 130cv e 160cv, sendo esta última uma estreia, tal como a utilização da nova plataforma modular CMF1 C/D da Aliança Renault Nissan. O Espace V estará disponível na segunda quinzena de Maio com preços desde 42.040€.

Os responsáveis da Renault classificam o novo Espace como um crossover, uma designação genérica, surgida com o Nissan Qashqai, com o objectivo de enquadrar veículos que não cabiam nas categorias tradicionais. E sim, o Renault Espace V, ao contrário do seu antecessor, não é um monovolume clássico. Mas apesar do seu visual, da sua maior altura ao solo (16cm) e de dispor do sistema Advanced Traction Control, que melhora motricidade em superfícies instáveis ou de pouca aderência, também não tem grandes potencialidades para circular fora de estrada.

Esqueçam-se, pois, as tentativas de catalogação deste veículo do segmento D e descrevamo-lo pelo que ele é e pelo que oferece. As marcas premium têm invadido com sucesso a coutada dos fabricantes generalistas com diversos veículos. O Espace é como que uma retaliação da Renault: é visível o cuidado nos materiais utilizados e nos acabamentos, aliado a uma sofisticação dos equipamentos oferecidos, em particular no nível Initiale Paris.

Mas, ao contrário da política das marcas premium, a Renault optou por uma simplificação da oferta: só dois níveis de equipamento, Zen e Initiale Paris e duas declinações do bloco diesel de 1598cc, com 130cv e 160cv. Noutros mercados está disponível um motor a gasolina, Energy TCe 200, com 1618cc e 200cv acoplado a uma caixa automática de dupla embraiagem e sete relações, com melhores performances, mas consumos e emissões superiores (médias de 6,2 l/100km e 140 g/km de CO2), o que o penalizaria em termos fiscais, ficando o seu preço ao nível do Espace 1.6 diesel de 160cv. Por isso, esta motorização só estará disponível por encomenda.

Em termos mecânicos, o design mais aerodinâmico, a nova plataforma modular e a utilização de materiais mais leves fazem com que o novo Espace pese menos 250kg que o seu antecessor, com a consequente redução nos consumos. Nas motorizações, destaque para o propulsor Energy 1.6 dCi com 160cv, que será futuramente introduzido noutros veículos dos segmentos D e E da Aliança Renault Nissan e que a Renault prevê vir a constituir o grosso das vendas do Espace.

Acoplado a uma caixa de dupla embraiagem com bom funcionamento mas de relações longas, este motor dispõe de tecnologia Twin-Turbo: um turbo mais pequeno oferece potência no arranque, com o segundo turbo a entrar em funcionamento a rotações mais elevadas. O Espace, porém, não é um desportivo: mesmo no modo Sport, citando um responsável da Renault, foi privilegiado “o gosto pela viagem, em vez do gosto pela ultrapassagem”.

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