Noutras dunas há mais distracções como a duna de Lagoinha, onde o grande sucesso é o "skibunda", que tem duas modalidades: pode-se ir sentado na prancha sozinho e correr o risco de não chegar ao final da duna, ou ir com a ajuda de um dos "operadores" do "skibunda", que conduzem a prancha até mesmo dentro de água.
No Parque Nacional de Jericoacoara, a paisagem é sobretudo areia, uma areia que reflecte a luz. Mas há também, de vez em quando, lagoas cheias ainda da água da chuva do Inverno.
Algumas dunas têm ziguezagues de areia mais clara ou mais escura, perfeitamente desenhados "por causa do sereno", há-de explicar o condutor do buggy: "sereno" é uma chuvada tropical, não muito forte, que cai e pára logo. Parte da areia fica molhada e mais escura, a outra mantém-se clara, num desenho que parece ter sido feito a régua e esquadro.
Pôr e nascer do sol na praia
Finalmente, de volta para Jeri, começa a notar-se um lento êxodo. A duna que fica em frente à praia começa a encher-se de pegadas das pessoas que a pouco e pouco a vão subindo para ver o pôr do sol. A localização de Jericoacoara permite que seja um dos poucos pontos do Brasil em que é possível ver o sol nascer e pôr-se no mar.
E o final de tarde na duna (que se chama, de modo muito apropriado, duna do pôr do sol) é especialmente apetecido. Uma hora antes já há pessoas a subir a duna, vagarosamente, procurando um bom lugar para se sentar na areia. Sobem em grupo, sozinhas, com cães, que ficam especialmente deleitados com o vento que se sente no cimo da duna em Jeri faz vento durante todo o ano (o que, aliás, faz com que seja apetecível para desportos como kitesurf).
Ao chegar ao topo da duna, as pessoas ficam sentadas, a conversar, a olhar a paisagem ou de olhos fechados, a ouvir música no leitor de mp3. Um carrinho com limas, cachaça e gelo chega finalmente lá acima: há caipirinhas para quem quiser. Acabado o pôr-do-sol, há que descer a duna: a pé ou de "ski" uns miúdos "alugam" uma espécie de pranchas para escorregar em pé pela duna mas... depois há que trazer a prancha novamente cá acima.
Lá em baixo começa lentamente a surgir nova vida em Jeri no luscofusco. Há cavalos para passear pela praia e todos os dias há um treino de capoeira na areia que rapidamente atrai as atenções.
À luz do petróleo ou das estrelas
Quando cai a noite, a Rua Principal (chama-se mesmo assim) enche-se de stands improvisados com luzes fortes de candeeiros a petróleo as ruas não têm iluminação pública. Nestes stands há dezenas de garrafas, fruta, latas de leite de coco ou leite condensado, de onde saem muitas combinações diferentes de bebidas com grande concentração tanto de álcool como de açúcar, desde o coco louco (o nome já diz com quê) ao capeta (com chocolate). É pegar nos copos e espreitar as redondezas pelas ruas de areia, procurar um bar, provavelmente o Forró de Jeri, na Rua do Forró, ou ficar simplesmente na praia a ouvir o mar.
E depois regressar ao hotel a oferta de alojamento em Jeri é grande: há hotéis de charme, várias pousadas, entre as quais uma "pousada da juventude familiar", mais longe há ainda uma espécie de resort ecológico.