O Luxury Tented Camp de Xivulo (foram seleccionados mais três: Barra Lodge Lda., One Africa Limitada e Nwedzi Investimentos Lda), que se desenvolverá na área homónima, de 30.730ha, começará por ser composto por oito tendas de luxo, com capacidade dupla, na área de planície, junto ao Urema. Seguir-se-á um segundo acampamento, quatro anos depois, de dez tendas no Monte Xivulo, onde os visitantes beneficiarão da altura e consequente vista.
Todas as tendas e áreas comuns deverão começar a ser construídas ainda em Abril, segundo um projecto do arquitecto e designer sul-africano Allan Schwarz, conhecido pelos seus trabalhos tendo por base o equilíbrio ecológico. O objectivo passa por tornar a unidade auto-sustentável — recorrendo a energias alternativas, como painéis solares, e apostar na recuperação das águas pluviais — e sem impacte ambiental. O mesmo acontece a nível visual.
À Fugas, Pedro Meireles, director-geral do acampamento Xivulo, descreveu as tendas como “simples e discretas”, até porque o meio envolvente é luxuriante quanto baste, embora “com todos os requintes”. Os materiais base da construção serão a madeira e a rede mosquiteira, e a cobertura feita no mesmo material das velas náuticas. Construídas com a lógica de casas de árvore, as tendas abrem-se à natureza, quer nas suas laterais quer na sua cobertura, permitindo pernoitar a céu aberto.
Na área comum, domina uma piscina viva (em que o tratamento das águas é feito através de plantas), uma área lounge, bar, restaurante (com aposta na gastronomia internacional, embora com base portuguesa garantida por um chefe luso), biblioteca (o único espaço onde a decoração destoará da neutralidade geral dos tons terra cruzados com os caqui e beges), além de recepção. O Xivulo deverá estar pronto a receber os primeiros visitantes em Julho e os preços rondarão os 2500 dólares por pessoa (€1765/pessoa — cinco dias, tudo incluído).
O investimento no turismo da Gorongosa surge um ano depois da estreia de um documentário da National Geographic, que relançou o parque moçambicano aos olhos do mundo, e insere-se no plano de reconstrução desenvolvido pelo norte-americano Greg Carr, que negociou um investimento de 40 milhões de dólares (€28,7 milhões), em 20 anos, num projecto de reabilitação – e até de recriação – de todo um ecossistema.
Além do projecto luso, foram seleccionados mais três: Barra Lodge Lda., One Africa Limitada e Nwedzi Investimentos Lda.