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O avião baptizado Pride of Lisbon, em Outubro de 2010, em cerimónia de confirmação da Portela como base easyJet

O avião baptizado Pride of Lisbon, em Outubro de 2010, em cerimónia de confirmação da Portela como base easyJet

easyJet confirma abertura de base em Lisboa no Inverno

Por Luís J. Santos

A crise não vai afectar os planos da easyJet de inaugurar uma base no aeroporto de Lisboa no Inverno, confirmou a presidente da easyJet, acrescentando que as dificuldades económicas até poderão levar mais passageiros a optar pelas companhias aéreas de baixo custo. A base deverá oferecer 26 rotas, criar 2000 empregos e representar um investimento superior a 300 milhões de euros, segundo a empresa.

"Para nós, quanto pior estiver a situação económica em Portugal, mais as pessoas estarão dispostas a considerar as companhias de baixo custo. Se conseguirmos comunicar às pessoas em Portugal que temos tarifas baixas, um serviço simpático, eficiente e rápido, então poderemos aumentar a quota de mercado aqui", afirmou Carolyn McCall, presidente executiva da easyJet, à margem da assembleia anual do Conselho Internacional dos Aeroportos, que termina hoje no Estoril.

McCall sublinhou que os planos, anunciados no ano passado, de inaugurar uma base no aeroporto da Portela, se mantêm inalterados. "Estamos comprometidos com Portugal, onde já somos a segunda maior companhia e pensamos pôr mais três aviões em Lisboa (na nova base). Isso não se vai alterar. Sabemos que há enormes dificuldades económicas em Portugal e as coisas agravaram-se, mas não altera a nossa visão de longo prazo para o país", disse McCall, citada pela Lusa.

A base deverá ser inaugurada "no final do Inverno", já que "o terminal 2 do aeroporto da Portela não estará aberto senão daqui a alguns meses e sempre dissemos que precisávamos deste terminal para abrir a nossa base", disse McCall. "Com [três] aviões baseados em Lisboa a Easyjet poderá apanhar os passageiros das primeiras partidas do dia". "Em particular queremos os passageiros de negócios de Lisboa", concluiu.

Em Outubro passado, foi feita a cerimónia de anúncio da Portela como futura base easyJet, o que incluiu o baptismo alfacinha de um avião, o "Pride of Lisbon". Segundo dados avançados na altura, o investimento planeado é de 300 milhões de euros, levando à criação de 2000 postos de trabalho directos e indirectos em Portugal, dez novas rotas, três aviões estacionados (crescimento previsto da frota até sete aparelhos em 5 anos), utilização do Terminal 2 para partidas (até agora para voos domésticos - o mesmo que a Ryanair gostaria de vir a usar) e o aumento de um milhão de passageiros (em três anos).

Enquanto a easy se baseia em Lisboa, a sua maior concorrente europeia, a Ryanair, continua afastada da Portela. Esta semana, em resposta dada numa entrevista colectiva dos leitores da Fugas, Daniel de Carvalho, director de comunicação da companhia, disse que a "low cost" ainda não se estreou na capital portuguesa por "falta de acordo comercial/operacional com o aeroporto". "Apresentámos à ANA sugestões de como alcançar uma operacionalidade de baixo custo", afirmou, sublinhando que a Ryanair só entrará em Lisboa quando estiverem "reunidas essas condições técnicas, que possam permitir um 'turn around' rápido e eficiente".

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