Um pai reformado que nunca chegou a acampar com o filho desafia este, que faz da vida a soma de muitas viagens, a juntar-se a si numa volta a África. A ideia partiu de Carlos Almeida Carneiro (pai), que chegou à conclusão de que tinha "todo o tempo do mundo e mil euros por mês para tirar da reforma".
Não foi preciso muito para convencer Carlos Almeida Carneiro (filho), co-autor de "Até onde vais com 1000 euros?" com Jorge Vassallo (que andará nos próximos meses pela Índia para mostrar que "Tudo é Possível"), a aceitar o repto. Afinal de contas, o que Carlos Carneiro (filho) procura são "destinos improváveis porque nos tornam também improváveis" e África até lhe parece um sítio onde terá facilidade em fugir ao que abomina em viagens: colchões confortáveis, ambientadores com fragrância a lavanda e prestações suaves.
A esta dupla juntou-se mais tarde Pedro Dias, designer de formação e com jeito para lidar com provavelmente o mais temperamental membro desta equipa: Catrela (de Renault 4L) que, habituada à dura vida das vinhas na Bacalhôa, vê-se agora adaptada às exigentes estradas africanas.
A viagem começou em Junho e por esta altura já andam pelo Gabão e com "a viagem por um fio": os 200 quilómetros que têm pela frente para atravessarem a República Democrática do Congo deixaram os viajantes numa encruzilhada: ou vão "bater com o nariz na porta da embaixada" ou "apanhar um barco, se houver - com altos custos de dinheiro e tempo". Há ainda uma terceira possibilidade - "voltar tudo para trás" - mas essa, afirmam, levá-los-ia a "passar um ano em Portugal a Prozac".
O desfecho deste percalço pode ser conhecido no site que vão alimentando ao longo da viagem, com textos, vídeos e ilustrações, e se tudo correr bem a volta a África só irá terminar depois de percorridos uma vintena de países e 40 mil quilómetros. Isto é, lá para Fevereiro ou Março (e sem antidepressivos).