Passagem (e fotografia) obrigatória da cidade de Roma, imortalizada de formas várias, incluindo no cinema (o banho de Anita Ekberg em "La Dolce Vita" de Fellini será a imagem mais célebre), a barroquíssima Fontana di Trevi oferecerá agora outro tipo de imagens, pelo menos temporariamente. A fonte foi esvaziada em finais de Agosto, para avaliar as obras necessárias. e será alvo de um megaprojecto de restauro, avaliado em 2,5 milhões de euros.
A urgência da intervenção deve-se a terem caído várias peças decorativas da complexa fachada da fonte, terminada em 1762, durante este Verão. "Teremos de fazer um restauro completo, já que existem diversas partes que poderão estar muito fragilizadas e que ostentam problemas já com muitos anos", sintetizou Gianni Alemanno, o presidente da autarquia romana.
Não é o único símbolo da Cidade Eterna a entrar em obras: já este Verão, a cidade confirmava que o Coliseu também será alvo de restauro (sem fechar a visitas) a partir de Dezembro.
A fontana
Desenhada por Nicolò Salvi a pedido do Papa Clemente XII, a fonte foi acabada em 1762 e ostenta um estilo rococó magnificente desenvolvido à volta de alegorias marítimas, com tritões e outros mitos marítimos. É guardada pelo colossal Neptuno e por cavalos alados, recebendo ainda a protecção de Abundância e Salubridade, duas esculturas consideradas extraordinárias.
O nome da fonte vem provavalmente da sua posição, no cruzamento de três estradas (em italiano "tre vie"). A sua água já foi considerada a mais suave e saborosa de Roma; durante séculos, milhares de litros foram retirados para o Vaticano e até foi levada em jarros pelos cultivadores ingleses de chá.
Declarada não potável em 1961 - o que não é para admirar com as toneladas de moedas que alberga continuamente - a água é agora reciclada por bombas eléctricas e iluminada, à noite, por um potente jogo de luzes.
