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  • Praias de Arribas: Odeceixe. Aljezur - Faro, Algarve
    Praias de Arribas: Odeceixe. Aljezur - Faro, Algarve DR
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  • Praias de Rios: Vila Nova de Milfontes – Furnas. Odemira - Alentejo
    Praias de Rios: Vila Nova de Milfontes – Furnas. Odemira - Alentejo DR
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  • Praias urbanas: Zambujeira do Mar. Odemira - Beja, Alentejo
    Praias urbanas: Zambujeira do Mar. Odemira - Beja, Alentejo Pedro Cunha
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    Praias de Dunas: Porto Santo, Porto Santo - Madeira Carlos Lopes/Arquivo
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    Praias de Dunas: Porto Santo, Porto Santo - Madeira Carlos Lopes/Arquivo
  •  Praias de uso desportivo: Guincho, Cascais, Lisboa - Lisboa e Setúbal
    Praias de uso desportivo: Guincho, Cascais, Lisboa - Lisboa e Setúbal DR
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    Praias de uso desportivo: Guincho, Cascais, Lisboa - Lisboa e Setúbal Pedro Cunha
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  • Praias Selvagens: Lagoa do Fogo. Ribeira Grande - São Miguel, Açores
    Praias Selvagens: Lagoa do Fogo. Ribeira Grande - São Miguel, Açores DR
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  • Praias de Albufeiras e Lagoas: Ribeira – Albufeira do Azibo (Praias de Albufeiras e Lagoas), Macedo de Cavaleiros, Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro
    Praias de Albufeiras e Lagoas: Ribeira – Albufeira do Azibo (Praias de Albufeiras e Lagoas), Macedo de Cavaleiros, Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro DR
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    Praias de Albufeiras e Lagoas: Ribeira – Albufeira do Azibo (Praias de Albufeiras e Lagoas), Macedo de Cavaleiros, Bragança, Trás-os-Montes e Alto Douro DR
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E as 7 Maravilhas - Praias de Portugal são...

Por Luís J. Santos

Guincho, Ribeira (Azibo), Porto Santo, Lagoa do Fogo, Odeceixe, Furnas (Milfontes) e Zambujeira do Mar. Eis as sete praias eleitas como Maravilhas de Portugal. Alentejo é a única região com duas presenças e três das praias ficam no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

Quase se pode dizer que, além do Alentejo, o grande vencedor da gala 7 Maravilhas - Praias de Portugal, realizada sábado à noite em Tróia, foi o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, onde estão três das praias eleitas após a contabilização de, segundo a organização, mais de 620 mil votos.

É neste parque que ficam as alentejanas Furnas (Milfontes) e Zambujeira do Mar, ambas no concelho de Odemira, vencedoras, respectivamente, nas categorias de praias de rios e urbanas. Mesmo ao lado, outra eleita, Odeceixe (Aljezur): já no Algarve, a praia, porém, abre-se dos dois lados de Seixe, ribeira que faz fronteira com o Alentejo. Aliás, para visitar estas três praias basta percorrer cerca de 40km.

Ao Alentejo, única região a eleger duas praias - e que patrocinou o evento com a chancela Costa Alentejana -, e Algarve, juntam-se Trás-os-Montes e Alto Douro com a Ribeira, na Albufeira do Azibo (Macedo de Cavaleiros), na categoria praias de Albufeiras e lagoas; por Lisboa e Setúbal, a distinção recaiu sobre o Guincho (Cascais, praias de uso desportivo); a lista completa-se com a madeirense Porto Santo (praias de dunas) e a açoriana Lagoa do Fogo (praias selvagens).

A lista das sete praias foi revelada numa gala realizada sábado à noite na Base Naval de Tróia, com transmissão directa na RTP1. Anunciada como "a maior festa de sempre das praias portuguesas" teve também direito a outro recorde, "o maior palco de sempre construído em areia" (cerca de 3000 toneladas foram usadas) decorado com esculturas com mais de sete metros de altura um total. 

O resultado final foi apurado a partir de 621.802 votos recebidos, via telemóvel ou Internet - um número que fica abaixo, em quase 300 mil votos, do último evento similar organizado pelas 7 Maravilhas de Portugal, dedicado à gastronomia portuguesa (foram recebidos 899.069 votos). Na última fase, os votantes tinham à escolha 21 praias (onde o Alentejo já liderava, com quatro nomeações, seguido do Algarve, Beira Interior e Lisboa e Setúbal com três cada), repartidas por sete categorias, nomeadas após um processo que levou quase um ano. Depois de cerca de três centenas de candidaturas de praias, avaliadas por um Conselho Científico, foram escolhidas 70 por um comité de 70 especialistas. Destas 70, um "painel de 21 notáveis" seleccionou as 21 que foram colocadas a voto popular.


As 7 praias-maravilha

A Fugas dedicou uma edição às 21 candidatas, onde jornalistas do PÚBLICO escreveram na primeira pessoa sobre as praias com que têm uma relação especial e pessoal. Entre declarações de amor, nostalgia e dicas, eis os textos das, agora, 7 Maravilhas de Portugal versão praias:


PRAIAS DE RIOS
Furnas de Milfontes
, ligação perfeita rio-mar
Aqui, a junção entre o rio Mira e o oceano Atlântico é perfeita: a terra parece ter sido desenhada de propósito para este efeito. A enorme garganta trava a ferocidade das águas agitadas do mar e oferece ao rio a calma necessária. A praia das Furnas de Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira (distrito de Beja), em pleno litoral alentejano, tem uma luminosidade que vai da extensa duna até à água transparente (mas fria). O que, juntando ao sol que ali não encontra fronteiras, faz com que os extremos se toquem. A praia das Furnas - que faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina - fica na margem Sul da foz do Mira, onde se chega de barco ou de carro. Há quem faça a travessia de canoa ou a nado, mas atenção às fortes correntes. Milfontes fica do outro lado do rio, a poucos metros, na margem Norte - o peixe fresco, o arroz de sapateira ou as migas estão logo ali. Reparo: a construção do lado de Milfontes já devia ter parado há anos. Na praia das Furnas, a natureza ainda é o elo mais forte. {Pedro Andrade Soares}

PRAIAS DE ALBUFEIRAS E LAGOAS
Azibo
, a praia improvável
Quem hoje trata do bronze e dá uns mergulhos no Azibo (a dois quilómetros de Macedo de Cavaleiros) não poderá imaginar que está na praia mais improvável do país. Encaixada entre as serras de Nogueira e de Bornes, a barragem do Azibo era uma das peças do complexo agro-industrial do Cachão, um projecto de Camilo Mendonça, membro do Governo de Salazar. O Cachão avançou, acabando por entrar em decadência no pós 25 de Abril de 1974, mas a barragem do Azibo só seria construída em 1982. Ao regadio acrescentaram-lhe o abastecimento de água. A vertente turística só chegaria em meados da década de 1990, com a praia da Fraga da Pegada (muitos hectares de areal e mais ainda de relvado), e mais recentemente (2005) com a praia da Ribeira (9200 m2 de areal). A separá-las (uma está localizada a nascente da albufeira, a outra a poente) estão cerca de 600 metros de água que os nadadores mais habilitados cumprem facilmente. Para uma praia improvável, com areia fina vinda de Zamora, pranchas de mergulho, gaivotas, barcos de remos, bares de apoio e tudo o mais a que uma (duas) praia(s) obriga - há mesmo seis nadadores-salvadores em permanência -, o melhor é mesmo ficar por lá uns dias e explorar também a ciclovia entre Salselas e a praia da Ribeira (15,6 km), os três percursos pedestres que dali partem, nomeadamente o trilho dos Caretos entre Podence e o Azibo, tudo isto aproveitanto a mata de carvalhos e sobreiros que cerca toda a albufeira. {Raposo Antunes}

PRAIAS URBANAS
Zambujeira do Mar, vida de praia
  
A Zambujeira não é a minha praia. A Zambujeira é a minha vida. Cresci aqui, entre aparições da Ti' Maria Jacinta na mercearia dos meus pais a revelar-me, uma e outra vez, a sempre primordial revelação. "Sabes que fui eu que te fui buscar ali à praia, não sabes?". "Estavas numa cestinha no mar e eu trouxe-te para a tua mãe, vê lá a sorte que tiveste!" E tive. Com a mãe, com o pai, com a praia e com toda esta costa de prodígios. Por causa do meu mitológico nascimento, cada mergulho na Zambujeira é um renascimento. Reconheço à praia os traços da beleza mas é no seu mar que me torno religioso. Por isso, parece-me de natural redundância que lhe chamem maravilha. E, entre cada elevação, olhos na rocha, aquela lá ao fundo, quase no ar, quase ilha, aquela que dá o equilíbrio da perfeição a todas as fotografias. É o Palheirão e, para nós, é mais que uma rocha, é uma espécie de divindade, imagem que persegue todos os caídos sob o feitiço da Zambujeira, o símbolo de toda a presença, de toda a saudade, o coração da terra. {Luís J. Santos}

PRAIAS DE ARRIBAS
Odeceixe
, o tudo-em-um
Odeceixe é o dois-em-um. Ou o três-em-um. Ou mais ainda. Passo a explicar: é mar e piscina, é espaço e luz. É Alentejo e é Algarve. É uma praia que, conforme as marés, é duas. Aliás, três. Confuso? Na verdade, é tudo muito simples... e maravilhoso. Deixando a pequena vila de Odeceixe para trás, o caminho evolui conforme os caprichos da ribeira de Seixe, que faz a fronteira entre o Alentejo e o Algarve. As casas desaparecem para ressurgir três quilómetros à frente, quando já se adivinha o mar. Chegamos junto com a ribeira, que contorna o imenso areal e despeja no Atlântico. Este enlace dá origem a duas praias - a de água doce, onde se toma banho com peixes, caranguejos e lebres-do-mar e se escrevem juras de amor em pequenas pedras de xisto colocadas em frágil equilíbrio na falésia, e a praia de vagarosas ondas, ladeada por imensas falésias, onde saltitam os miúdos da escola de surf e os nossos munidos de pranchas de bodyboard. Mas o mais fabuloso é a amplitude de marés, que lembra o recuo das águas de um tsunami, deixando para trás pequenas piscinas naturais. É esse recuo que nos abre as portas à praia dos nus (terá outro nome mas não é assim que lhe chamamos por razões óbvias). A praia do lado, onde há a gruta onde vivem ursos (pelo menos é a teoria dos meus filhos), onde se apanham caranguejos e onde a imensa luz nos consegue sempre, anos e anos a conhecê-la, deixar extasiados. Odeceixe é isto tudo, e mais ainda, em-um.  {Ana Fernandes}

PRAIA DE DUNAS
Porto Santo, a linha do horizonte
Porto Santo, a praia: quase nove quilómetros de areia fina e amarela, água límpida, temperaturas amenas, a da água e a do ar. Mar calmo excepto em dias de calema. Dizem-na única pela composição da areia, com propriedades terapêuticas. Que convida a fazer? Mergulhar, nadar, andar de barco, conhecer a escarpada costa norte, dar longos passeios na beira-mar, repousar. A vida urbana não tem interesse. A nocturna resume-se praticamente aos restaurantes. Os guias turísticos dizem o resto. É aconselhável mesmo fora do Verão pelo clima ameno. Menos atraente, pela muita população, na primeira metade de Agosto, excepto se o viajante quiser cumprimentar na praia Alberto João Jardim. A ilha ainda não foi "formatada" pelo turismo de massas. As melhores zonas da praia têm uma razoável densidade de crianças - os pais não têm medo de as perder de vista ou, se perdem, é fácil reencontrá-las. O maior prazer é contemplar a infinita e límpida linha do horizonte. {Jorge Almeida Fernandes}

PRAIAS SELVAGENS
Lagoa do Fogo
, uma aventura na lagoa
Não há conversa sobre os Açores em que não me lembre daquele dia na Lagoa do Fogo. Recordo perfeitamente a sensação de espanto - quando a olhamos de cima, antes de começar a descer a encosta, parece saída de um livro de aventuras juvenil, com direito a bruma e tudo. Foi nessa primeira ida à lagoa que perdi quase toda a minha fé nos placards de informações do Turismo dos Açores (já lá vão anos, devem tê-lo alterado entretanto). O que li naquela altura dizia que o percurso que contornava a lagoa, classificado como "fácil", era de 12 quilómetros, demorava quatro horas a fazer e, eventualmente, poderia exigir aos caminhantes que entrassem na lagoa para cumprir parte do trilho, mas sem que a água passasse do joelho. O que posso dizer passado todo este tempo é que eu e os meus amigos - todos habituados a andar a pé na natureza - demorámos mais de sete horas a concluir o percurso e para transpor algumas das "etapas" tivemos de nadar e de fazer escalada livre. Pelo meio soltámos uma cria de garajau e escrevemos mentalmente várias cartas ao turismo das ilhas. No fim do dia, a grande língua de areia da lagoa parecia-nos muito pouco uma praia, mas diz quem mora em São Miguel que é boa. {Lucinda Canelas}

PRAIAS DE USO DESPORTIVO
Guincho, Vulcão e deserto
Em certos dias de fúria, a praia morde. A areia ergue-se no ar com a ventania e ataca a pele nua dos turistas até fazer sangue. Isto não é lenda. Quem frequenta a Praia do Guincho com regularidade já presenciou alguma vez esta cena de pesadelo: raparigas de biquíni correndo aos gritos pelo areal, ou estrada acima com as pernas vermelhas de agulhadas. Sangue. Quem não acredita não conhece o Guincho. Não é uma praia para descansar. Pode ficar desmaiada num lençol de tons púrpura, quase silenciosa, estralejando como lava a conspirar nas profundezas. A rebentação das ondas é sempre distante, as vagas longas, de alto-mar. Mas a qualquer momento uma brisa nasce ao nível dos pés, num zunido de remoinhos que em minutos se transforma em tempestade de areia. Há algo de vulcão e de deserto neste areal rodeado de falésias tingidas de névoa rósea e chamejante apontando o Cabo da Roca, entre Cascais e a serra de Sintra. Do Guincho quem se atreve a dizer: é a minha praia? {Paulo Moura}

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