As praias portuguesas estão numa maré positiva: a associação ambientalista Quercus atribuiu medalha de ouro a 336 zonas balneares, mais 41 do que em 2012. E até o estuário do Tejo quebrou um enguiço com mais de dez anos e voltou a ter uma zona balnear classificada.
Com base na informação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Quercus procurou as praias que cumprem três requisitos: tiveram qualidade da água com a classificação máxima nos últimos cinco anos.
Segundo a lista divulgada neste domingo, a qualidade da água das praias está a melhorar. De um total de 543 praias classificadas pela APA como zonas balneares este ano (mais 17 do que no ano passado), 336 têm qualidade de ouro, com destaque para Albufeira. Neste concelho algarvio há 20 praias que cumprem os critérios da Quercus. A seguir na lista está Vila Nova de Gaia com 16, Almada com 15, Vila do Bispo com 12, Torres Vedras com 11 e Grândola com dez.
A tendência positiva é visível também nas praias interiores, que no ano passado tinham obtido piores resultados. Na época balnear deste ano, que começou oficialmente a 1 de Junho, há 20 praias interiores com qualidade de ouro. Macedo de Cavaleiros, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei são os concelhos com mais distinções, com duas praias cada um.
As restantes seis premiadas são águas de transição, ou seja, onde se mistura a água do mar com a dos rios.
Ainda assim, nem tudo é ouro. Ainda há quatro praias com qualidade “má”, menos uma do que na época balnear passada. São elas a praia de São Roque, em Machico, na Madeira, a do Pontilhão da Valeta, em Arcos de Valdevez, Fragas de S. Simão, em Figueiró dos Vinhos, e Agroal, em Ourém. Além disso, 23 praias têm o uso limitado por situações de risco associado à estabilidade das arribas.
Em comunicado, a Quercus sublinha uma boa notícia: a praia dos Corvos, no Seixal, também conhecida como “praia dos Tesos”, integra a lista das zonas balneares assim classificadas este ano pela APA. Esta praia no esuário do Tejo estava interdita a banhos desde 2001 devido à má qualidade da água, mas nem por isso os banhistas deixaram de a frequentar, apesar de não ter vigilância.
O regresso da praia dos Corvos ao mapa das zonas balneares classificadas “é sem dúvida resultado do esforço de tratamento de efluentes domésticos que tem sido feito em ambas as margens do estuário nos últimos anos”, diz a Quercus em comunicado. Desde 2005, foram construídas 22 estações de tratamento de efluentes nas margens norte e sul do Tejo e na zona de Cascais, num investimento de 600 milhões de euros.
A classificação oficial de uma praia como zona balnear significa que ela é reconhecida como uma área muito frequentada por banhistas, e por isso tem de estar sujeita a uma série de normas e cuidados, sobretudo a análises regulares à qualidade da água durante o Verão.
A distinção de ouro da Quercus junta-se à classificação da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), que este ano atribuiu 277 bandeiras azuis. Destas, 262 são costeiras e 15 são fluviais. Veja a infografia com o mapa das praias premiadas aqui.