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  • Bandeiras budistas ao vento com o Evereste ao centro e Lhotse à direita
    Bandeiras budistas ao vento com o Evereste ao centro e Lhotse à direita Gurinder Osan/AFP
  • Kanchenjunga
    Kanchenjunga Desmond Boylan
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    Kanchenjunga Desmond Boylan
  • Kanchenjunga no horizonte
    Kanchenjunga no horizonte Tim Chong/Reuters

Abrem-se cinco cumes no topo do mundo

Por Fugas

Nepal vai abrir cinco novos picos acima do 8400m de altitude para seduzir ainda mais turista-alpinistas.

Até agora, o Nepal disponibilizava subidas a oito lendários cumes acima dos 8 mil metros de altitude, incluindo, claro, a ascenção da mais alta montanha do mundo, o Evereste.

Em breve, se tudo correr como anunciado pelo Ministério do Turismo nepalês, o país permitirá subir a outros cinco cumes, todos a ultrapassar os 8400m de altitude.

No novo altaneiro leque turístico, contam-se três cumes em Kanchenjunga (Sul, Central e Oeste) e dois em Lhotse (Lhotse Médio e Lhotse Shar), respectivamente a terceira (8586m) e quarta (8516m) montanhas mais altas do mundo.

Se a União Internacional das Associações de Alpinismo der a sua autorização, durante a próxima reunião anual do organismo, em Outubro, os cumes poderão ser abertos a expedições já na próxima temporada.

A medida anunciada pelo Nepal chega numa altura em que se debate se o ex-líbris turístico do reino, o Evereste, não estará a tornar-se perigosamente sobrelotado. Diversos alpinistas têm-se queixado dos tempos de espera e já ocorreram situações dramáticas.

O jornal The Telegraph refere que em Abril um alpinista britânico e dois companheiros foram atacados por sherpas (guias da etnia homónima que tradicionalmente conduzem os alpinistas) e que estes se ressentiam do crescente número de "turistas de luxo", que seguem para os topos em expedições comerciais de agências. O mesmo jornal cita um alpinista veterano, Song Young-il, que atribui a morte de quatro alpinistas, incluindo uma amiga sua, às demoras crescentes e às longas filas para seguir para o topo. "Tivemos que esperar a 200m do cume e ficamos cegos de neve. Esperámos quatro horas. Não conseguíamos ver", disse ao jornal.

Por seu lado, Purna Chandra Bhattarai, do ministério do Turismo nepalês, afirmou, citado pela agência AFP, que foram tomadas medidas para gerir no terreno as relações entre sherpas e alpinistas e prevenir casos como o relatado, além da limpeza das montanhas e cumes.

O certo é que a abertura de cinco novos cumes "aumentará as receitas" turísticas, como admitiu Bhattarai, referindo que as expedições às montanhas são uma importante fonte de rendimentos para o Nepal.

A mesma opinião foi dada à AFP por Pasang Sherpa, secretário-geral da Associação Nacional de Guias de Montanha do Nepal. "Vai contribuir para a economia local. Regiões como Kanchenjunga vão prosperar com novos hotéis. E vai também vai criar emprego", diz. Por outro lado, admite Sherpa, "o aumento da actividade humana nas montanhas terá o seu impacto no meio ambiente".

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