A lista de ouro da Traveler só tem sítios que reflectem o que é "autêntico, culturalmente rico, sustentável e, é claro, superlativo no actual mundo das viagens", resumem. Entre o norte da Austrália, Nova Orleães, a italiana Apúlia ou a bósnia Sarajevo, parques do Ruanda ou Índia, segredos do Iraque ou mesmo mergulhos em Cabo Verde, surge o Alentejo, região onde o "ritmo lento da vida é parte da atracção". E eis como o lugar-comum da calma alentejana se torna, numa revista com a chancela National Geographic e com alcance mundial, um dos seus maiores trunfos turísticos. "Relaxe, pratique a paciência e não olhe para o relógio", aconselham.
Uma das grandes "estrelas" do texto que explica a escolha do Alentejo é a Rota Vicentina, "um dos mais recentes trilhos da Europa para caminhadas", "realmente selvagem", com "133 milhas (uns 214 quilómetros) de Alentejo, da acidentada costa ao campo, onde as cegonhas fazem ninhos e plantas endémicas florescem". Marta Cabral, da Casas Brancas – a associação que desenvolveu o projecto da Rota Vicentina –, é citada para sublinhar como o Alentejo quer apostar na sustentabilidade: "A nova geração está empenhada na preservação da região tal como ela é, autêntica e com um desenvolvimento sustentável ".
Anja Mutic, a autora do artigo – este inclui um guia breve para a região –, vai dos tempos do "celeiro da nação" à “sensação de modernidade". Pelo caminho, dá exemplos de projectos recém-lançados, como o museu dedicado ao sabão em Belver; a Rota do Mármore ou o Ecorkhotel (o hotel de fachada revestida a cortiça que abriu em Évora). E a noite alentejana também é chamada às atracções, realçando-se como a ausência de poluição luminosa permitiu à zona do Alqueva (a Reserva Dark Sky) conseguir a designação de primeira "Starlight Tourism Destination" pela UNESCO, divisa que prova como a zona é ideal para admirar os fenómenos celestiais.
No guia prático da região, referem-se várias atracções (caso de passeios com a Mundo Montado, especializada em turismo responsável, sugerindo-se ainda o Ecorkhotel para dormir (e também a Imani Country House) e a Tasca do Celso, em Milfontes, para comer. E até um livro de ficção para ler, o Alentejo Blue de Monica Ali, obra de ficção alicerçada na experiência local da escritora.
Na lista da Traveler surge ainda outro destino lusófono, Cabo Verde, que está a conseguir somar pontos nas mais relevantes listas de lugares a visitar em 2014 (por exemplo, na Lonely Planet, onde Portugal também mereceu destaque). País, onde "os fortes ventos atlânticos transportam canções cheias de sodade", escreve a revista. Não em vão, o texto que começa por "cantar" Cesária Évora, para depois referir que, apesar do turismo crescente, ainda se encontram locais que dão a sensação de "refúgio fora do mapa", como é o caso das ilhas Brava ou Santo Antão, Fogo ou mesmo em alguns pontos da Boa Vista.
Traveler - Best Trips 2014
Parque Nacional da Floresta de Nyungwe, Ruanda
Northern Territory, Austrália
Nova Orleães, EUA
Apúlia (Puglia), Itália
Córdoba, Argentina
Cabo Verde
Parque Nacional de Ranthambore, Índia
Arbil, Iraque
Sarajevo, Bósnia-Herzegovina
Pays Cathare (na região Languedoc -Roussilon), França
Parque Nacional das Montanhas Rochosas, Colorado, EUA
Sochi, Rússia
John Muir Way, Escócia
Parque Nacional de Nahanni, Canadá
Rota do Cacau, Equador
Riga, Letónia
Liechtenstein
Guiana
Alentejo
Planalto Bolaven, Laos
Escolha dos Leitores: Ilhas Derawan, Indonésia