A conclusão é apresentada numa reportagem publicada esta semana no suplemento de viagens deste jornal de referência e com um dos sites noticiosos mais lidos do mundo. O artigo tem sido também um êxito online: na secção de viagens continuava esta sexta-feira em primeiro lugar na lista dos mais lidos.
"Um guia para a região do Alentejo em Portugal, lar das melhores praias da Europa". É com este título que Isabel Choat, jornalista e editora de viagens, apresenta um passeio que começa na Zambujeira do Mar – "uma das mais bonitas aldeias da costa sudoeste portuguesa" - e segue por outras atracções da região, passando por Milfontes ou Porto Covo, Cercal ou Brejão (Carvalhal) seguindo até Odeceixe, já no Algarve (mas a dois passos da "fronteira" com o Alentejo).
"Passei duas semanas na região, conduzindo por estradas vazias, a brincar com o meu filho em praias vazias e a dormir em alojamentos onde éramos os únicos turistas", escreve, sem esquecer, claro, que visitou o Alentejo num período de pouca afluência. Sentada na cervejaria O I (na Zambujeira), onde é a única cliente, a beber uma Sagres (sic), refere que a casa está vazia. "Mas de certeza que o restaurante, gerido por dois irmãos nos últimos 28 anos, estará à pinha em Julho e Agosto, quando os veraneantes portugueses descerem à costa alentejana. O exemplo é dado como metáfora para toda a região. "Nos restantes dez meses do ano", diz, sentir-se-á "o ritmo geral da vida no Alentejo: "pacato, roçando o comatoso".
Referindo que é uma das "mais pobres, menos desenvolvidas e menos populosas regiões da Europa Ocidental", a jornalista, que deambula entre elogios e maravilhamentos, faz questão de sublinhar que "os encantos" desta "região de campos de trigo, florestas de sobreiros, prados de flores silvestres e pequenas aldeias caiadas de branco" são "mais subtis" que regiões mais célebres turisticamente (como a Toscânia ou Provença, com que o Alentejo já foi comparado - uma comparação que Choat não subscreve).
"Viajar por aqui é viajar no tempo até 40 ou 50 anos atrás", conclui, enaltecendo a tranquilidade e a quietude, uma "quietude que termina abruptamente no oceano Atlântico". Esta costa "dramática" - incluindo-se aqui toda a Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano - é, aliás, sublinha, a "mais impressionante da Europa". Ainda assim, falta-lhe maior notoriedade, atira, parte por uma questão de acessos ("as praias ficam a umas boas duas horas de carro dos aeroportos de Faro ou Lisboa") e parte pela "falta de alojamentos junto à costa" (apesar de, nota, "existirem alguns alojamentos deslumbrantes na área, mas escondidos em vales ou no fim de caminhos de terra".
Entre os "encantos" descobertos pela jornalista contam-se, além da referida cervejaria O I ou o restaurante O Sacas (respectivamente: na Zambujeira e, a 3km, na Entrada da Barca), o turismo rural da Herdade da Nespereira (também perto de S. Teotónio e Zambujeira), os passeios pelo campo e costa, as areias "gentis" da praia do Farol (Milfontes), as "piscinas nas rochas" do Almograve" ou a praia do Carvalhal e o peixe e marisco que é "sempre fresco" em "todos os restaurantes".