Contactada pela Lusa, a companhia de baixo custo easyJet aplaudiu a decisão anunciada pelo Governo Regional dos Açores em liberalizar o seu espaço aéreo a partir do Verão de 2015, recordando que há muito reclamava a decisão anunciada na sexta-feira.
Já a Ryanair não quis comentar especificamente o anúncio. "Ainda que estejamos sempre interessados em novas rotas, não vamos comentar nem envolver-nos em rumores ou especulações", reagiu à Lusa fonte oficial da companhia.
O presidente do Governo dos Açores anunciou na sexta-feira um acordo com o executivo nacional que prevê a liberalização das ligações aéreas entre o continente e duas ilhas do arquipélago - entre Lisboa e o Porto e as ilhas de S. Miguel e a Terceira - e a diminuição para metade das tarifas para residentes.
"Com esta liberalização, estas rotas encontram-se totalmente abertas à entrada de qualquer companhia aérea, incluindo as chamadas 'low cost'", sublinhou Vasco Cordeiro. Atualmente, só a SATA e a TAP voam para os Açores.
Em resposta a Lusa, fonte oficial da easyJet considerou que a decisão é "uma boa notícia para a economia e turismo dos Açores pois irá atrair mais visitantes ao arquipélago", realçando a "natural diminuição das tarifas", resultante do aumento da concorrência.
"Sujeita às condições do plano de implementação da liberalização, a easyJet reitera a sua intenção de operar o destino e qualquer anúncio será feito em devido tempo", declarou fonte oficial da companhia de baixo custo.
O novo modelo de OSP, que o executivo açoriano espera que esteja em vigor no Verão de 2015, prevê também mudanças nas tarifas para residentes nos Açores e estudantes das ilhas.
Assim, os residentes passam a pagar, no máximo, 134 euros para ir ao Porto ou a Lisboa, sendo este o valor final, ou seja, de ida e volta e já com todas as taxas incluídas. Para ir à Madeira, o preço será 119 euros.
Os estudantes dos Açores no continente passam a pagar, no máximo, 99 euros nos voos entre o arquipélago e Porto e Lisboa e 89 no caso de voarem para a Madeira.
Se as tarifas aplicadas pela companhia aérea ultrapassarem estes preços, os residentes e estudantes são reembolsados da diferença, "mediante a apresentação, após a viagem, dos comprovativos da mesma", explicou Vasco Cordeiro.
O presidente do executivo açoriano salientou que os preços a pagar pelos açorianos poderão ser inferiores "no caso das rotas liberalizadas, pelo efeito da concorrência" e, no caso das restantes (entre Santa Maria, Pico e Faial e o continente), "pela consagração da existência de tarifas promocionais no respetivo regulamento de rota OSP", acrescentou.
Para além da liberalização das rotas que ligam as ilhas de São Miguel e Terceira ao continente e à Madeira, o acordo anunciado prevê "melhoria das condições" das OSP nas ligações Lisboa/Pico e Lisboa/Santa Maria, que passam a ter pelo menos dois voos semanais, explicou Vasco Cordeiro.
No caso do Faial, mantêm-se as três ligações semanais mínimas actuais.
Ponta Delgada, Santa Maria, Terceira, Faial e Pico são as chamadas 'gateways' dos Açores, ou seja, os cinco aeroportos com voos de e para fora do arquipélago.