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Alvaro Costa muda-se para o hotel do elevador

Por José Augusto Moreira

O chef Álvaro Costa assumiu o comando da cozinha do restaurante panorâmico do Hotel Elevador no Bom Jesus, em Braga.

Para lá das vistas, da monumentalidade barroca e do peculiar funicular hidráulico, a estância do Bom Jesus, em Braga, tem também no restaurante panorâmico do Hotel Elevador um apetecível complemento de atractividade.

A este juntam-se ainda mais outros três hotéis no complexo sobranceiro à cidade dos arcebispos, conjunto recentemente remodelado e alvo de forte investimento no sentido da sua reabilitação e modernização.

Foi neste contexto renovador que Álvaro Costa assumiu recentemente o comando da cozinha do restaurante panorâmico, com o anunciado propósito de adopção de um estilo mais dinâmico e contemporâneo.

É claro que não vai abandonar o receituário tradicional, que, além do mais, faz parte do rico património gastronómico da região e da cidade, mas antes procurar enriquecê-lo numa vertente criativa e adaptada às exigências actuais.

Depois da passagem pelos fogões da Pousada do Freixo, no Porto, a que se seguiu uma série de experiências avulsas a par com a docência, o jovem chef aposta agora na cozinha de raiz tradicional minhota. E esta, garante, é a sua grande paixão, ou não fosse ele próprio também natural da região.

Foi para assinalar as mudanças, e também com o pretexto de comemoração dos 10 anos de carreira, que no último sábado Álvaro Costa reuniu um grupo de cúmplices amigos da brigada dos fogões, mostrando como a modernidade pode não só respeitar como também reforçar a tradição culinária.

O incontornável Marco Gomes (Foz Velha, Porto), Paulo Matos (Aquapura, Douro), Hugo Morais (Country House, Lousada), Alexandre Ferreira (Escola de Hotelaria de Lamego) e o pasteleiro da casa, José Miguel Barbosa, foram os protagonistas da noite.

Da alheira, grelos e ovo com desconstrução e técnica molecular ao bacalhau à moda de Braga sem recurso a frituras, de uma elegante sopa de peixe de sabor rústico à refinada apresentação das tripas à moda do Porto, tudo a demonstrar que o exercício estilístico pode ser, afinal, o melhor aliado para o receituário tradicional. Igual é o pudim Abade de Priscos, que, mesmo mudando a forma, nunca perde a modernidade.

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