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Miguel Manso

Greve na TAP: Associação defende que passageiros lesados podem pedir indemnização

Por Lusa

Com a requisição civil aprovada pelo Governo, os passageiros lesados nos dias da greve, defende a Associação Portuguesa de Direito de Consumo, podem pedir indemnização à TAP.

Caso haja "cancelamentos, 'overbooking' ou recusas de embarque" entre 27 e 30 de dezembro (os quatro dias da greve na TAP), os passageiros podem pedir indemnizações à companhia aérea portuguesa, defende Mário Frota, presidente da Associação Portuguesa de Direito de Consumo, referindo que, com a requisição civil decretada esta quinta-feira pelo Governo, "tudo se passará, para os consumidores, como se de uma situação normal se tratasse". 

A requisição civil aprovada pelo Governo abrange cerca de 70% dos trabalhadores da TAP, permitindo realizar todos os voos previstos para os quatro dias da greve, afirmou o ministro da Economia. 

Face a esta situação, "os direitos dos passageiros podem-se afirmar em plenitude", desde que não haja novas "alterações ou perturbações da ordem pública ou resistências com consequências mais ou menos graves", disse Frota à Lusa. 

Se a greve se mantivesse, a indemnização não se poderia aplicar por essa situação ser considerada "uma circunstância extraordinária", explanou. 

O presidente da APDC frisou ainda que a TAP "não tem satisfeito as indemnizações devidas noutras circunstâncias", sendo importante os consumidores estarem conscientes dos seus direitos face a atrasos ou cancelamentos e, em caso de incumprimento por parte da TAP, estes devem recorrer ao Instituto Nacional de Aviação Civil. 

Num comunicado enviado à Lusa, a APDC recorda que, em caso de cancelamento de voo, "o passageiro tem o direito a optar pelo reembolso total no valor da viagem (no prazo de sete dias) ou reencaminhamento para o seu destino final através de outro meio de transporte". 

"O passageiro pode ainda recorrer à assistência de viagem", tendo direito ao pagamento de refeições, bebidas, bem como alojamento em hotel, se se justificar, e transporte entre hotel e aeroporto, referiu a associação. 

De acordo com a APDC, os passageiros têm ainda direito a uma indemnização que pode ir de 250 a 600 euros, sendo que o valor mínimo desce para os 125 euros, caso o passageiro tenha sido avisado da alteração do voo com pelo menos 14 dias de antecedência. 

Nos quatro dias de greve estavam previstos 1.141 voos e, com a requisição civil, o Governo espera que todos se concretizem. 

Em Novembro, o Governo decidiu relançar a privatização da companhia aérea, suspensa em Dezembro de 2012, o que acendeu uma nova onda de contestação, que culminou com a marcação de uma greve geral de quatro dias de 27 a 30 Dezembro. 

O Governo pretende apresentar o caderno de encargos da venda de até 66% do grupo TAP até ao início de Janeiro, para depois ser levantado pelos potenciais interessados, devendo o processo estar encerrado no primeiro semestre de 2015.

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