Será desta? A Kasa da Praia, o famoso projecto de adaptação do edifício da antiga sub-estação de abastecimento de energia dos eléctricos, na Praia Internacional do Porto, em restaurante e discoteca deve abrir em Janeiro, indicou ao PÚBLICO fonte do grupo K. A confirmar-se, será o ponto final num processo urbanístico marcado por sucessivas vicissitudes.
As regras do jornalismo sugerem que só se deve começar uma notícia com uma pergunta em casos em que tal seja imperativo, e o caso do edifício que entre a década de 80 e 90 do século XX ainda albergou o Colégio Luso-Internacional do Porto é uma dessas situações em que a pergunta – será desta? – é quase tão importante quanto a resposta. Há anos que está anunciada a transformação das quatro paredes que restavam num novo equipamento de restauração, mas o projecto do Grupo K, da autoria do arquitecto Filipe Oliveira Dias, que faleceu em Outubro, demorou a ser executado: por problemas com a tutela do Património, primeiro, dada a proximidade ao Castelo do Queijo e, posteriormente, com o licenciamento por parte da Câmara do Porto.
A demora gerou prejuízos avultados para o Grupo K que, no entanto, não desistiu deste investimento de quatro milhões no edifício. Localizado na Esplanada do Rio de Janeiro,na Praia Internacional do Porto, este vai acolher um restaurante/bar no rés-do-chão e, no piso intermédio, um bar dançante que abrirá ao final na tarde e funcionará pela noite dentro. O projecto inclui a criação de mais um andar recuado que servirá de zona vip e lounge.
No site do seu atelier, Filipe Oliveira Dias, arquitecto que deixou obras marcantes na região, explicava que, neste caso, se “trata de reabilitar um edifício não classificado, que já teve, ao longo dos anos, pelo menos dois usos totalmente diversos, com adaptações e acrescentos radicais, e dois longos períodos de quase total abandono, com intensa degradação”. Acrescentava o autor do projecto “que se trata de uma edificação com materiais pobres da época, que, perpassada pela salinidade dos ventos marítimos, lhe retiraram qualquer capacidade de sobrevivência”. Todavia, assinalava, “o Edifício da Praia faz parte da história e da imagem da cidade e é neste contexto que deve ser preservado”.