O ano passado já foi muito bom, com quase cem mil pessoas a encher a Avenida dos Aliados para dar as boas vindas a 2014. Agora, para as despedidas do ano e para as entradas de 2015, a câmara do Porto espera uma festa, não tanto maior, mas seguramente “melhor”. E a autarquia, que organizou as festas na Baixa, vai mostrar se está à altura das expectativas dos portugueses que, segundo o motor de busca Trivago, transformaram o Porto no destino mais procurado internamente para a passagem de ano.
Segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira pelo motor de busca, que faz a comparação de preços de várias centrais de reservas e que analisou todas as pesquisas efectuadas no Trivago com vista ao período da passagem de ano, o maior numero de buscas foi para a cidade do Porto, remetendo Lisboa e Albufeira, respectivamente, para os segundo e terceiro lugar. Se também já é tradição dos portugueses deixar para a última hora as decisões e as reservas do local onde vão receber o novo ano, não será fácil a tarefa de encontrar um quarto para pernoitar na noite de 1 de Janeiro.
É difícil, mas não é impossível, como confirmou o PÚBLICO durante o dia de ontem. Se há unidades, sobretudo as que recebem cinco estrelas de classificação, que já estão esgotadas há semanas (é o caso do The Yeatman e do Intercontinental — Palácio das Cardosas) ainda se conseguem encontrar uns quartos de hotel e apartamentos na Baixa. E alguns muito bem localizados, no que a proximidade da festa diz respeito.
Segunda-feira à tarde, uma busca pelo portal Booking — uma das maiores centrais de reservas e das mais utilizadas pelos clientes e hoteleiros — surgia com o aviso de que 86% da oferta de alojamentos da cidade já estava tomada (uma percentagem parecida com a de Lisboa, que atingia 84%), e que já só havia 54 vagas entre hotéis, hostels, apartamentos e alojamentos locais. No Airbnb, onde há centenas de alojamentos, já só havia 29 apartamentos disponíveis.
O número mágico das 100 mil pessoas que encheram a Avenida dos Aliados tanto na anterior passagem de ano como nas festividades do São João deve este ano ser “facilmente” ultrapassado. As estimativas para a lotação máxima da avenida, com a requalificação que lhe deu o desenho do arquitecto Siza Vieira, chega às 140 mil pessoas. Mas esse número, admite fonte da câmara, já era conseguido com algum desconforto dos presentes e muitos apertos entre a multidão. E o que o executivo liderado por Rui Moreira quer anda bem longe disso. As expectativas são a de que seja “uma festa memorável” tanto para os portuenses como para os muitos turistas que a procuram.
Se não se deseja o tempo das vacas gordas, quando a câmara do Porto chegou a gastar 800 mil euros em fogo de artifício, nota-se o empenho em melhorar o espectáculo pirotécnico, já que a verba orçamentada vai sofrer um reforço “na ordem dos 40%”. Mesmo assim, o total da factura com a passagem de ano não deverá ultrapassar os 60 mil euros.
As festas arrancam oficialmente às 22h30, hora em os Clã sobem ao palco. A animação foca por conta de Manuela Azevedo e restante banda até chegar a hora das 12 badaladas. Findo o fogo de artifício, o palco será dos Expensive Soul que vêm confirmar a preocupação em fazer desfilar nos palcos da Baixa música portuguesa contemporânea. A noite ficará depois a cargo do radialista Fernando Alvim que vai tomar conta da música no papel de DJ.